quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Envolverde - Mangabeira Unger quer armas atômicas para defender Amazônia


Por Redação do Greenpeace

São Paulo — O ministro Mangabeira Unger sonha com a entrada do Brasil no seleto grupo de países detentores de armas atômicas. Para isso, defende a saída do país do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Quem melhor, no Brasil, para encarnar o personagem vivido por Peter Sellers no filme Dr. Fantástico (ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba), de Stanley Kubrick, do que o nosso ministro Mangabeira Unger? O Dr. Fantástico, no caso, é um misterioso cientista que trabalha para o governo americano e defende a bomba atômica como forma de se evitar uma guerra com a antiga União Soviética. O plano, claro, dá errado e as duas potências se envolvem num conflito nuclear.

Mangabeira Unger não esconde sua esperança de ver o Brasil com armas atômicas para defender a Amazônia, o pré-sal, as águas subterrâneas, o carnaval, sei-lá-mais-o-que... Para isso, já bateu o martelo: o Brasil não assinará o protocolo extra que revisará em 2010 o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). O discurso oficial é de que o Brasil, hoje integrante do Tratado, só o fará novamente caso as grandes potências se desarmem. Mas é público e notório o desagrado de várias figuras nebulosas (e influentes) com a adesão do Brasil ao TNP. São pessoas que gravitam há anos em torno do governo federal, como o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear (aquele da tentativa de explodir um artefato nuclear na Serra do Cachimbo, no início da década de 1990), Rex Nazareth (ex-presidente da Cnen) e embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty (um dos maiores defensores da retirada do Brasil do TNP). E eles exercem uma grande pressão para que o Brasil seja uma potência militar e atômica.

Dr. Fantástico fez escola.

A propósito, Vinicius Mota escreveu neste domingo sobre o assunto em sua coluna na Folha. Segue abaixo:
Às armas, cidadãos

SÃO PAULO - O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, conclamou -"O Brasil vai às armas!"-, e a população respondeu. Nas favelas, no Senado, na Baixada Fluminense, só se fala de outra coisa.

Melhor assim. Entusiasmado com o verde-oliva, o professor defendia o serviço patriótico obrigatório para todos. "A transformação do país exige sacrifício", pregava. Sacrificaram-lhe a proposta. O documento que restou de sua curiosa interação com Nelson Jobim (Defesa), a Estratégia Nacional de Defesa, contudo, não deixa de acariciar uma certa nostalgia nacionalista.

Há um lamento antigo, numa corrente minoritária que preza acima de tudo o destino manifesto do Brasil de tornar-se potência, sobre a renúncia do país à bomba atômica. Mangabeira veste bem o figurino do nosso Doutor Fantástico.

A certa altura, o documento diz que o Brasil tem compromisso com o uso pacífico da energia atômica. "Entretanto, afirma a necessidade estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear". Entendeu o emprego do "entretanto"?

A picuinha do momento é a recusa do Brasil em assinar o protocolo extra do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Não o faremos, exorta o documento, até que as potências atômicas comecem a desarmar-se.

O governo reluta em ampliar o acesso de fiscais da ONU a locais onde é processado material radioativo. Haveria segredos industriais a preservar, centrífugas de urânio sensacionais. O argumento provoca risos em gente que conhece o tema.

Não há nada a esconder, senhores. O "uso estritamente pacífico" da energia nuclear não depende de tratado internacional. Está claríssimo na Constituição. E os cidadãos brasileiros têm direito de saber o que se passa nessas instalações.

Em tempo: vale conferir também o artigo Banindo a Bomba (texto em inglês), de Peter David, editor de internacional da revista The Economist. Um tanto lúgubre, mas fundamental. Uma frase:

"Não é provável que algum Estado armado caminhe para o desarmamento (nuclear) sem que existam movimentos simultâneos para fortalecer as salvaguardas contra a proliferação".

(Envolverde/Greenpeace)

2 comentários:

Unknown disse...

E preciso o nosso Brasil possuir um arsenal nuclear para garantirmos respeito internacional e garantir nossa soberania pois possuimos riquezas incalculaveis e termos poder de dissuasao

Unknown disse...

Sempre vi com bons olhos o Greenpeace, mas hj acabei de mudar de opinião.
Claramente, é mais uma organização estrangeira, que acha que pode fazer melhor uso que nós, de nossa Amazonia.

O Brasil é um país em desenvolvimento, com parque fabril moderno e capacitado, e principalmente com tendências pacifistas, provada ao longo dos anos, sem nenhum deslize, ao contrário dos atuais países detentores de armas de destruição em massa. O Brasil, é o único país, que realmente faz por merecer o direito de ter armas nucleares.
E este direito foi nos ursupado
em 1998, quando politicos, sabe-se lá a troco de que (muito provavelmente algum incentivo estrangeiro) assinaram o Acordo de não proliferação de armas atômicas, que graças a Deus, não foi ratificado, tomando assim, forma de lei. E agora, em 2010, temos a chance de corrigir este erro, espero realmente que nossos politicos não acabem de vez com está última esperança de termos nosso país em segurança.
Sim, pois caso está lei/acordo seja aprovado, estaremos certo de que, mais anos menos anos, nossa capacidade de persuasão será nula, e aí sim, seremos pisados por coturnos estrangeiros.
Gastos militares bilionários são necessários para manter as forças armadas em um nível mínimo de persuasão, ineficaz contra potências militares estrangeiras.
Este bilhões, poderiam estar indo para a saúde e educação da nossa população. Já que, dois ou três submarinos nucleares, armados com algumas ogivas, seriam motivos suficientes para impedir uma invasão, e, com o dominio da tecnologia espacial seriamos capazes de persuadir qualquer país do mundo, e garantir a segurança nacional, a baixo custo. Mantendo apenas uma força militar convencional, para intervensões apoiadas pela ONU, como no HAITI, e combate ao Narcotráfico e segurança de fronteiras.

Então, é de grande urgência, que os politicos tomem consciência disso, e retomem o Programa Nuclear Brasileiro, que em 1980 esteve próximo de ser concluído, garanto a vcs, que os investimentos seriam bem menores do que os necessários caso o Brasil ratifique o acordo.