Por Norma Moura, JB Online
BRASÍLIA - Os R$ 850 mil doados por estatais brasileiras à organização do Fórum Social Mundial, que acontece em Belém, não evitaram problemas como cancelamentos de conferências, falta de transporte para a locomoção dos participantes entre os locais dos encontros e falta de bilhetes aéreos para os conferencistas.
Sem transporte coletivo dentro do campus, a esperança era o serviço de bicicletas prometido para funcionar durante o encontro, que não foi implementado a tempo. Para acompanhar os debates, os participantes chegam a caminhar quilômetros sob o sol forte do trópico.
É o caso de quem tentou acompanhar os encontros no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Do portão da universidade, voluntários, ouvintes e conferencistas precisam desbravar a pé 4 km de chão para chegar à tenda onde acontecem as conferências.
Alguns debates agendados tiveram que ser cancelados porque os palestrantes ficaram sem passagem aérea para ir a Belém. Eles acusaram a organização do evento de deixar para adquirir os bilhetes na última hora, quando os voos estavam todos lotados.
O Escritório do Fórum Social Mundial em Belém afirmou que não compete a ele a organização do evento. De acordo com a assessoria de comunicação do Escritório, o Fórum Social não é um movimento, mas um espaço para que movimentos sociais e organizações não governamentais se encontrem para promover o debate sobre temas de interesse coletivo, como o direito e a autodeterminação dos povos, um dos 10 eixos temáticos do encontro deste ano.
Ainda de acordo com o Escritório, cabe às organizações e entidades que promoveram a atividade, dentro do conceito de organização autogestionada criado desde o primeiro encontro em Porto Alegre, providenciar o transporte de seus convidados.
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