Por Amanda Cieglinski e Luana Lourenço, da Agência Brasil
Diversidade marca passeata que deu início a encontro em Belém
Belém - A marcha que deu início ao Fórum Social Mundial 2009 foi marcada pela diversidade de movimentos sociais. Segundo a Polícia Militar, 60 mil pessoas participaram da abertura do evento. A extensão da marcha chegou a mais de 1,5 quilômetro.
A forte chuva que caiu logo no início da passeata aliviou o calor de quase 30 graus.
Movimentos em defesa do meio ambiente, do direito das mulheres, das populações indígenas e negras, dos trabalhadores seguiram juntos pelos quatro quilômetros de percurso.
Participantes formavam “alas”, cada uma defendendo os direitos de segmentos específicos da população. No mesmo espaço estavam, por exemplo, movimentos contrários à instalação de usinas hidrelétricas na Amazônia e trabalhadores do setor elétrico que defendiam a Usina do Belomonte, no Xingu.
Uma bandeira da Palestina de três metros foi carregada por toda caminhada. O percurso também foi animado por tambores que tocavam samba, música afro e outros ritmos populares.
Até um grande boi inflável passou pela caminhada, carregado por manifestante que utilizava uma máscara do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A alegoria do Greenpeace queria chamar a atenção para o avanço da pecuária na Amazônia. Segundo o coordenador de políticas públicas da ONG, Sérgio Leitão, “é um alerta de que é preciso preservar a Amazônia, gerar atividades que sejam rentáveis econômica e sustentavelmente. Esse boi não fica aqui. A maior parte é exportada. Tudo às custas da floresta.”
A ex-senadora Heloísa Helena também participou da caminhada. A militante do PSOL foi muito assediada, recebeu abraços e muitos pedidos de fotos. Heloísa Helena não acredita que o Fórum vá apontar soluções para a crise, mas afirma que será um espaço importante para o debate de alternativas.
“É um momento importante de construção de políticas alternativas e esperamos estar à altura das responsabilidades que parte do Brasil e do mundo esperam de todos nós.”
Segundo o coronel Marques, comandante do policiamento na capital, não houve nenhuma ocorrência grave. Entretanto, durante a passagem dos participantes em frente à sede da filiada da TV Globo no Pará, ovos foram arremessados contra o prédio.
O evento terminou na Praça do Operário com apresentação de danças e músicas de tribos indígenas da Pan-Amazônia.
Os debates do Fórum começam nesta quarta-feira (28/01) em 20 tendas espalhadas pelos campi da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal Rural da Amazônia. O número de pessoas credenciadas para participar do evento chega a 100 mil.
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Ao som de atabaques africanos, cerimônia dá início a encontro de movimentos sociais
Belém - Está aberta oficialmente a nona edição do Fórum Social Mundial. Sob o som de atabaques africanos, uma cerimônia que evocou orixás pediu a proteção dos deuses para o maior evento de movimentos sociais que acontece em Belém, no Pará, desde esta terça-feira (27/01) até domingo (01/02).
Em cima de um carro de som, representantes das comunidades quilombolas e movimentos negros de Belém apresentaram músicas, leram poesias e pediram equidade entre os povos do planeta.
O babalorixá Edson Catendé espera que a cerimônia africana, na abertura do fórum, também contribua para reduzir a discriminação racial na capital paraense.
“Espero que a mobilização sirva para diminuir o racismo aqui em Belém. Os terreiros são vítima de intolerância religiosa e jovens negros são assassinados.”
A marcha já começou a se movimentar pela Avenida Presidente Vargas e o cortejo deve seguir até a Praça do Operário, num percurso de cerca de quatro quilômetros.
No momento, chove forte na capital paraense e os manifestantes aproveitaram para estender uma faixa com os dizeres: “A chuva que cai sobre a nossas cabeças é a chuva de um novo amanhã, de um outro mundo possível”. (L.L./ABr)
Crédito da imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
(Envolverde/Agência Brasil)
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