Por - STUART GRUDGINGS - REUTERS
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BELÉM - Um grupo de presidentes esquerdistas sul-americanos culpou na quinta-feira os Estados Unidos pela crise econômica global e disseram que o capitalismo está em crise.
O presidente socialista da Venezuela, Hugo Chávez, liderou as críticas durante o Fórum Social Mundial na capital paraense, dizendo que a má administração econômica de Washington estava levando caos ao mundo.
"Miséria, pobreza e desemprego estão crescendo, e a maior parte da culpa é do capitalismo global", disse Chávez enquanto era saudado por fãs que carregavam bandeiras vermelhas.
"Nós estamos enfrentando uma crise do sistema capitalista global e das políticas econômicas irresponsáveis do governo dos Estados Unidos", disse ele.
Chávez lidera um bloco de líderes latino-americanos anti-Estados Unidos, e juntou-se em Belém a alguns de seus aliados mais próximos, como os presidentes do Equador, Rafael Correa, do Paraguai, Fernando Lugo, e da Bolívia, Evo Morales.
Correa e Lugo incendiaram a plateia no ginásio de uma universidade local ao cantar músicas como "Comandante Che Guevara", em tributo ao falecido revolucionário argentino.
Chávez também conclamou o novo presidente dos EUA, Barack Obama, a devolver as instalações na baía de Guantánamo a Cuba, depois de saudá-lo por fechar o controverso campo de detenção colocado ali pelo antecessor, George W. Bush.
Cerca de 100 mil ativistas compareceram ao fórum, fazendo campanha por causas que vão do anarquismo à preservação da Amazônia e o retorno ao comunismo no estilo soviético.
O fórum também atraiu líderes governamentais determinados a lustrar suas credenciais esquedistas, particularmente neste ano em que a crise financeira tem levado economias à recessão e forçado países a socorrer seus sistemas bancários.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de linha mais moderada que os colegas, chegou a Belém na quinta-feira, levando consigo vários ministros e desprezando o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, a que ele compareceu no passado.
Lula, ex-metalúrgico, tem culpado os Estados Unidos e o "cassino" capitalista dos especuladores pela crise. Ele deveria encontrar-se com os outros quatro presidentes na quinta-feira, antes de falar para uma platéia estimada em 10 mil pessoas no centro de conferências do evento.
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