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BELÉM - Para o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, a nona edição do Fórum Social Mundial, realizada em Belém (PA), ocorre em um "momento ideal", já que a fase posterior à crise financeira internacional oferece a oportunidade para pensar em soluções para o atual período de turbulência econômica. As informações são da agência de notícias Ansa.
- Este Fórum é muito oportuno, porque se instala em um momento ideal, com crise econômica, mas também com luzes de esperança. É como uma alvorada, da qual devemos nos apropriar para construir o futuro - disse ele.
Lugo, cuja chegada a Belém é aguardada para esta quinta-feira, considerou também que a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos representa um "evidente" sinal de mudança.
- Creio que a chegada ao poder do presidente Obama carrega uma evidente mensagem de mudança que não diz respeito somente às cúpulas do poder do país mais rico do planeta, mas também é atribuída a seu povo - explicou.
Na opinião do presidente, encontros como o Fórum Social Mundial "têm um poder notável para refrescar de humanismo os dias que vivemos, caracterizados por um profundo endeusamento do material".
- Respeito muito as organizações que integram seu processo preparatório e as pessoas que vêm do mundo todo para participar - ressaltou.
Em tom descontraído, Lugo, que já esteve em edições anteriores do Fórum, lamentou que este ano terá menos tempo para acompanhar debates e apresentações, já que pela primeira vez participa do encontro como presidente.
- Eu gostaria de ter mais tempo para assistir a uma conferência do (escritor uruguaio) Eduardo Galeano ou para ver como os pensamentos e cores de pele se cruzam sem ofensas ou choques, mas terei de dedicá-lo ao meu país - explicou.
Indígenas
Ao comentar a atenção especial que esta edição do Fórum dará às populações indígenas, o presidente enfatizou, porém, que ainda existe "um muro de intolerância que nos separa das populações indígenas".
- Na retórica da poesia institucional, consagram-se boas perspectivas, mas na prática essas populações seguem sendo relegadas - considerou.
O presidente disse esperar que os atuais presidentes latino-americanos tenham força suficiente para instalar um grande debate sobre o destino das nações indígenas, "para tirá-las da marginalidade e da curiosidade artesanal e reconduzi-las, minimamente, a um status que esteja em pé de igualdade com os setores dominantes".
Participam desta edição do Fórum Social Mundial, a primeira realizada na região da Amazônia, cerca de 3.000 indígenas. No Paraguai, boa parte da base política de Lugo advém de populações indígenas.
Além dele, também viajarão a Belém os presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, Bolívia, Evo Morales, Venezuela, Hugo Chávez, e Equador, Rafael Correa.
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