quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Amazonia.org.br - FSM: Marina pede união popular contra retrocesso do Código Florestal

Marina Silva durante debate sobre codigo florestal.

"Caberá ao povo impedir que o atual Código Florestal brasileiro não seja extinto". A declaração foi dada pela senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em palestra proferida durante o Fórum Social Mundial a um público de estudantes da Rede da Juventude Pela Sustentabilidade e Meio Ambiente (REJUMA), na tarde de ontem (28).

Marina afirmou que é preocupante a atual tentativa promovida por alguns integrantes das discussões para reforma do atual código, de diminuir a reserva legal exigida dentro das propriedades privadas de terra. E foi incisiva ao dizer que a responsabilidade por impedir que isso aconteça caberá a cada um dos cidadãos brasileiros.

"Se continuar a ameaça ao nosso Código Florestal, peço que cada um de vocês aja como sendo capaz de modificar a própria realidade e mande e-mails aos nossos parlamentares e governantes exigindo que mantenham a lei no sentido da preservação ambiental", afirmou a ex-ministra.

Ela também destacou a importância de que cada brasileiro seja um ambientalista dentro de sua área de atuação profissional, preocupando-se em trabalhar e agir em seu cotidiano causando o menor impacto possível ao meio ambiente.

Para Marina, destruir a Amazônia em nome do desenvolvimento econômico é um erro e algo prejudicial para a própria agricultura, já que atualmente é comprovada a influência da floresta no clima de todo o país.

"As pessoas se esquecem de que para produzir precisam de água, e essa não existirá mais na região Sudeste do país, caso nossa mata seja destruída. Sem a Amazônia aquela região acabará se tornando deserto", afirmou.

Também para a ex-ministra o atual FSM representa um momento crucial de escolha do governo e da sociedade brasileira entre criar novas alternativas de economia sustentável, ou manter as regras hoje vigentes na economia capitalista mundial.

"Ainda espero o dia em que os brasileiros se orgulharão, não de produzir a mercadoria com o melhor design, ou mais alta tecnologia, mas sim, de ostentar uma marca que não polua o meio ambiente, não desmate e não utilize trabalho escravo na sua cadeia produtiva", destacou Marina.

Ela também elogiou as atuais iniciativas de juventude mundial voltadas à preocupação com a preservação ambiental e destacou que, não fossem as expectativas e a coragem de jovens de todas as épocas, hoje ainda viveríamos uma Ditadura.

"É preciso aproveitar o contexto democrático que temos hoje para aliar o conhecimento tecnológico à sabedoria nativa, tomando-se decisões coletivas no sentido de se alcançar o melhor modelo de desenvolvimento", concluiu sob aplausos de um público de jovens e ambientalistas.

Mais sobre o Fórum

Lançado no ano de 2001, em Porto Alegre (RS), o Fórum Social Mundial é um espaço - plural, diversificado, não-governamental e não-partidário- que estimula o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos sociais, do âmbito local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.

Milhares de pessoas do mundo inteiro se reúnem em Belém (PA) para discutir, entre outros assuntos, questões relacionadas ao meio ambiente, política e direitos humanos. Sempre com o lema "Um Outro Mundo é Possível", o fórum aproveita algumas das principais preocupações mundiais, entre elas o meio ambiente e as mudanças climáticas, para eleger como tema da edição 2009 a Amazônia.

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