BELÉM - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar aos chefes de Estado de países vizinhos proposta de adoção de medidas que estimulem a geração de emprego, renda e incentivem o consumo como alternativa aos impactos da crise financeira internacional. Detalhes da iniciativa deverão ser apresentadas durante a visita desta quinta-feira do presidente ao Fórum Social Mundial, em Belém (PA).
O porta-voz da presidência da República, Marcelo Baubamch, informou nesta quarta-feira que Lula defenderá que a alternativa para gerar emprego e renda deve ser baseada também em um sistema ambiental sustentável. Ao tratar sobre crise, o presidente lembrará ainda a importância de colaborar com os países africanos.
Nesta quinta à tarde, Lula e os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, e do Equador, Rafael Correa, participam da abertura do fórum. A delegação brasileira reúne ainda 13 ministros, inclusive Dilma Rousseff (Casa Civil) - apontada como candidata de Lula na disputa pela presidencial em 2010.
O Fórum Social Mundial ganhou atenção especial do governo recebendo investimentos e a presença de várias autoridades federais. Mas o porta-voz justificou que a opção de Lula por participar do evento em vez de comparecer ao Fórum Econômico Mundial, em Davos deve-se ao fato do evento social ocorrer no Brasil.
Nesta quarta, o primeiro dia de debates do fórum foi dedicado aos temas ligados à Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname). Celebrações, seminários e discussões vão abordaram as questões indígenas e dos povos da floresta, além da preservação do meio ambiente e as mudanças climáticas.
– O mundo todo está concentrado nas questões amazônicas, ela tem uma função estratégica para a preservação do planeta – afirmou a coordenadora regional do FSM, Audelice Otterloo. – E aqui são os próprios povos indígenas que estão dando seu recado, mostrando qual é a situação. Só eles têm condições de criar junto com os não-índios as bases de um novo modelo de desenvolvimento.
Para o presidente do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR), Matheus Otterloo, entre os problemas da região, um dos que mais preocupa é a instalação de hidrelétricas.
– Precisamos denunciar e nos juntar para impedir (isso) – afirmou.
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