terça-feira, 3 de junho de 2008

OESP - Dado anual trará 'agradável surpresa', diz secretário de MT

Por Herton Escobar

O governo de Mato Grosso aposta que haverá uma redução do desmatamento no Estado este ano, apesar de todos os indícios de aumento registrados nos últimos meses. A estatística anual é calculada de 1.º de agosto a 31 de julho, com base no sistema Prodes, que contabiliza apenas as áreas onde houve corte raso da floresta. Já o sistema Deter, usado para o monitoramento mensal, considera tanto áreas de corte raso como de degradação avançada, em que a floresta não foi completamente derrubada, mas já está com sua cobertura vegetal bastante deteriorada.

Segundo o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luiz Henrique Daldergan, somente cerca de 40% do que é detectado pelo Deter é corte raso. “Nesse contexto, quando for fechado o dado anual do Prodes, todos vão ter uma surpresa agradável em relação a Mato Grosso”, disse. “No fim do ano, a pergunta que tem de ser feita é: quem desmatou mais e quem desmatou menos (em relação ao ano anterior). Isso é o mais importante.”

Segundo os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), produzido pelas ONGs Imazon e ICV, o desmate acumulado em MT de agosto de 2007 a março de 2008 foi, de fato, 16% menor do que no mesmo período anterior. Se forem considerados só os três primeiros meses de 2008, porém, o Estado desmatou mais do que o dobro de 2007. “Vamos ver até julho como é que isso vai ficar”, disse Sergio Guimarães, coordenador do ICV. O relatório de abril do SAD será divulgado amanhã.

DEBATE

Carlos Minc
Ministro do Meio Ambiente

“Vai ser um dado ruim, um dado de aumento (do desmatamento). E para variar, mais de 60% em qual Estado? Quem sabe? Mato Grosso”

“(Blairo), como todo homem público, tem de assumir suas responsabilidades”

Em 21/5

“Não haverá mais crédito para quem desmatar. Muito articularam para derrubar a medida, mas vamos impedi-los”

29/5

“Eu nunca tinha brigado. Fiz declarações, vamos dizer, ousadas”
em 30/5, durante 1º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, em Belém (PA)

Blairo Maggi
Governador de Mato Grosso (PR)

“Ainda não conheço os números e acredito que vamos continuar tendo uma redução em relação à média do ano anterior”

“O trabalho dos fiscais tem mostrado que os números do Inpe apresentam uma distorção (...). Os porcentuais de desmatamento verificados in loco em Mato Grosso são menores, como o próprio Inpe já admitiu”

Em 22/5

“Um embargo econômico a todos os produtores pode levar a um aumento da ilegalidade. A legislação é muito tortuosa, grande, tem 40 pontos de insegurança jurídica”

“Não vim aqui para subir num ringue, vim para negociar e discutir” em 30/5, durante o Fórum dos Governadores da Amazônia Legal

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