quinta-feira, 19 de junho de 2008

Envolverde - Moratória da soja é estendida por mais um ano


Por Redação do Greenpeace

Brasília (DF), Brasil — Iniciativa é fundamental para a proteção de longo prazo da floresta Amazônica e do clima global.

A indústria da soja anunciou nesta terça-feira que vai estender em um ano a moratória que proíbe a compra do grão vindo de novos desmatamentos na Amazônia. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa em Brasília, que contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e representantes do Grupo de Trabalho da Soja (GTS).

"A decisão de hoje é muito importante porque é a confirmação dada por um setor líder do agronegócio brasileiro de que é possível garantir a produção de alimentos sem que seja necessário derrubar mais um hectare de florestas na Amazônia", comemorou Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia, do Greenpeace.

O presidente da Abiove, Carlo Lovatelli confirmou para o Greenpeace que, depois de um telefonema do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o setor concordou em estender a moratória na Amazônia por mais um ano. Por sua vez, o governo federal se comprometeu em acelerar o processo de registro e mapeamento das propriedades rurais na Amazônia e em realizar o zoneamento ecológico-econômico nas áreas prioritárias para a produção de soja.

"A moratória é uma iniciativa bem sucedida da sociedade civil. O governo está entrando agora e se compromete em realizar o cadastro e licenciamento ambiental das propriedades rurais no bioma Amazônia", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante o evento. Ele ainda acrescentou que, seguindo o exemplo da moratória da soja, o governo está negociando uma moratória para madeira e gado.

O Grupo de Trabalho da Soja, formado por representantes da indústria e de ONGs para assegurar a implementação da moratória, vai continuar trabalhando para desenvolver as ferramentas necessárias para garantir um regime de governança efetivo para a indústria da soja na Amazônia. O envolvimento direto do governo brasileiro será fundamental para agilizar o processo de registro e mapeamento das propriedades rurais na Amazônia, de acordo com o Código Florestal brasileiro. O Greenpeace acredita que um ano é pouco para cumprir tal tarefa, mas que o monitoramento da próxima safra será fundamental para começar a retirar do mercado os produtores que insistem em desmatar a floresta.

Confira o resultado do último monitoramento das áreas recém desmatadas em regiões produtoras de soja na Amazônia, feito pelo Inpe a pedido do GTS (http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/monitoramento-comprova-morat).

A Aliança de Empresas Consumidoras Européias, liderada pelo Mcdonald’s e o Carrefour, soltou um comunicado apoiando a iniciativa e se comprometendo a continuar engajada no processo. No Brasil, a Sadia, o Wal Mart e a Yoki também apoiaram o comunicado.

“A necessidade urgente de combater o aquecimento global e impedir a perda alarmante de biodiversidade requer que as indústrias de alimentos e do agronegócio se responsabilizem e se envolvam na busca de soluções. O papel das empresas consumidoras tem sido crucial neste processo. Esperamos que os bons passos dados até agora se traduzam em resultados positivos de longo prazo. Afinal, é o futuro da Amazônia e do planeta que está em jogo", completou Adario.

Tour Virtual:
Clique em http://greenpeace-comunicacao.org.br/googleearth/monitoramento_soja.kmz para ver fotos georreferenciadas da Globalsat. Para visualizar as fotos e imagens de satélite da área é preciso ter instalado o aplicativo Google Earth. Se você não possui, clique em http://earth.google.com/intl/pt/ para fazer o download.

O desmatamento das florestas tropicais é responsável por aproximadamente 20 por cento das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera – mais do que as emissões de todos os aviões, trens e carros do mundo inteiro. O Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases estufa.

Crédito da imagem: Greenpeace/Alberto César Araújo

(Envolverde/Greenpeace)

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