sábado, 21 de junho de 2008
Envolverde - Deputado propõe desmatamento zero na Amazônia em audiência com Maggi e Cassol
Por Luana Lourenço, da Agência Brasil
Para o governador do Mato Grosso, desmatamento no estado representa apenas 10% do cáculo do INPE.
Brasília - O deputado Sarney Filho (PV-MA), defendeu uma “moratória do desmatamento” na Amazônia até que o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) da região seja concluído. O zoneamento define a destinação de áreas para preservação, produção agrícola, ocupação por rebanhos, entre outras.
Atualmente, apenas os estados do Acre e Rondônia concluíram o mapeamento. A expectativa do governo, de acordo com anúncios recentes do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é que o ZEE de toda a região amazônica esteja pronto até o fim de 2009.
Sarney Filho era o único representante da Frente Parlamentar Ambientalista na audiência que recebeu os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi e de Rondônia, Ivo Cassol, para debater os altos índices de desmatamento dos dois estados. Representantes da bancada ruralista garantiram o quórum da audiência.
Contrário à proposta de desmatamento zero, Maggi defendeu a articulação entre pecuária e agricultura, para que os produtores possam alternar as duas atividades e expandir os níveis de produção. O governador disse que está finalizando a proposta e deve apresentá-la durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal, que Mato Grosso vai sediar em agosto.
Durante a audiência, Cassol propôs a criação de um tributo nos moldes da Contribuição Social para a Saúde (CSS) em tramitação no Congresso: a Contribuição Social Sustentável. O governador defendeu a taxação “em 0,01% ou 0,02%” sobre as movimentações financeiras para financiar ações de preservação da Amazônia.
Os governadores afirmaram ainda, que “não são vilões do desmatamento da Amazônia” e contestaram os índices de desmatamento calculados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam Mato Grosso e Rondônia como alguns dos campeões de devastação da floresta.
Ao deixar a audiência, Sarney Filho disse que não se convenceu com os dados apresentados pelos governadores sobre possíveis divergências com os índices do Inpe. “Prefiro acreditar nos dados oficiais”, apontou.
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Desmatamento real em Mato Grosso representa 10% do cálculo do Inpe, diz Blairo Maggi
Brasília - Ao participar de audiência pública na Câmara, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, voltou a questionar os números do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe), que aponta o estado como um dos campeões de desmatamento nos primeiros meses de 2008.
Maggi afirmou que seu estado não tem “nada a esconder” e defendeu que o desmatamento real em Mato Grosso representa apenas 10% da devastação medida pelo Inpe.
De acordo com o instituto, 1.123 quilômetros quadrados da floresta amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril. Desse total, 794 quilômetros quadrados foram devastados somente em Mato Grosso.
Segundo Maggi, as divergências se devem a diferenças de metodologia. Enquanto o Inpe considera a degradação progressiva na conta do desmatamento, Maggi só contabiliza o corte raso, ou seja, áreas completamente devastadas
“A degradação progressiva pode ser interrompida quando o estado é comunicado e toma medidas para a recomposição florestal da área”, argumentou o governador.
Blairo Maggi disse que já convidou representantes do governo, de organizações não-governamentais e do Congresso Nacional para verificar em campo a diferença entre o “alarme” do Inpe e os números defendidos por seu estado.
“O ministro Minc [Carlos Minc, do Meio Ambiente] disse que não quer brigar com o termômetro. Nem eu. Mas é preciso verificar se o termômetro está aferido ou não. Uma febre de 37 graus é diferente de uma de 40 graus.”
Segundo o governador, entre 2003 e 2007, o estado de Mato Grosso reduziu o desmatamento em 80%. “Economizamos 9,4 mil quilômetros quadrados de florestas, o equivalente à cidade de São Paulo.”
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, também participa da audiência pública, promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Neste momento, os governadores ouvem perguntas dos deputados.
Crédito de imagem: Marcello Casal Jr./ABr
(Envolverde/Agência Brasil)
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