Por Felipe Werneck
Minc negocia criação de força preventiva com bombeiros e Pms
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse ontem que conversou com 14 governadores sobre a “nova posição” do governo em relação à Guarda Nacional Ambiental, proposta que levou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando foi convidado para assumir o cargo e que não deve sair do papel por enquanto.
A idéia original de formar uma tropa nos moldes da Força Nacional de Segurança (FNS) enfrentou resistência do ministro da Justiça, Tarso Genro. “Formatamos a nova posição ontem (anteontem)com o Tarso. A guarda vai ser preventiva e vai contar com bombeiros e policiais militares dos batalhões florestais”, disse Minc.
“Já falei com 14 governadores, que adoraram a idéia.” O ministro afirmou que Lula vai criar por decreto a função de guarda-parque, como fez no Rio o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). Segundo ele, haverá recursos - não informados - para aparelhar os Corpos de Bombeiros, que ajudariam a cuidar dos parques federais, e os Batalhões Florestais, que forneceriam soldados para ações do Ibama em todos os Estados.
A reportagem perguntou ao ministro se a mudança em relação à proposta original foi uma derrota. “A FNS já está atuando conosco na operação Arco de Fogo com 400 pessoas. O que estava faltando era mais uma força de natureza ambiental e preventiva, incentivando bombeiros e batalhões. Minha tarefa agora é falar com todos os governadores. Esse vai ser o caminho.”
Segundo Minc, os Estados que receberem recursos deverão, como contrapartida, ceder de 20 a 25 bombeiros, cada, para cuidar dos parques federais. Já os Batalhões Florestais, em troca do apoio material e da inclusão de soldados no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, cederiam cerca de 100 policiais, cada, para ações preventivas do Ibama. “Vamos ter milhares de bombeiros defendendo parques e milhares de soldados atuando com o Ibama na prevenção”, disse Minc, sem explicar como seria possível chegar a esse número, no caso dos bombeiros. Minc ainda não conversou com o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi. “Mantemos as nossas diferenças, mas vamos trabalhar juntos na prevenção do desmatamento”, declarou.
O ministro participou da solenidade de posse de sua sucessora na Secretaria Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, no Palácio Guanabara.
No discurso, afirmou que “acabou a moleza” dos carvoeiros ilegais. Minc fez a declaração ao citar a repercussão na imprensa de duas medidas anunciadas por ele: a “maior multa já aplicada a siderúrgicas por uso de carvão ilegal do cerrado e do Pantanal”, no valor de R$ 414 milhões, com exigência de reflorestamento, e a aceleração da licença da Usina de Santo Antônio, “hidrelétrica fundamental que vai gerar energia boa e contribuir para nossa matriz energética continuar ótima”. “Tremei, carvoeiros ilegais. Para os poluidores, é cana dura.”
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