Por Lígia Formenti, BRASÍLIA
O Ministério do Meio Ambiente vai integrar a moratória de soja - pacto firmado pelo setor produtivo para não comprar grão procedente de área desmatada. O compromisso foi firmado em 2006 e agora é renovado por mais um ano e, pela primeira vez, com a participação do governo. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que outros pactos virão. A idéia, afirmou, é que moratórias semelhantes sejam promovidas para o setor de carne e madeira.
A moratória é assinada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec) e acompanhada por organizações não-governamentais, como Greenpeace e WWF. O coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, diz que a iniciativa até agora teve bons resultados. “Mas a prova de fogo virá agora”, avalia.
Em um monitoramento feito entre agosto de 2006 e agosto de 2007 em 193 áreas da Amazônia Legal, que totalizam 40 mil hectares, não foi encontrada soja cultivada. Para o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli, essa redução da atividade pode ser atribuída à moratória.
Adário, porém, é mais cauteloso. “Tradicionalmente, áreas desmatadas são usadas na primeira etapa para outras finalidades: pecuária e outras culturas. Somente depois que a terra está domesticada é que vem o plantio da soja”, comentou. “Agora, a pressão será maior e poderemos analisar qual o real reflexo do pacto.”
No pacto, o ministério comprometeu-se a apressar o cadastro e o licenciamento das propriedades rurais. Não há cronogramas precisos. Minc afirmou, porém, esperar que até o fim de 2009 o trabalho esteja concluído.
Nos próximos 60 dias, produtores deverão apresentar ao governo um plano de trabalho e relatar os resultados conquistados até agora.
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