Alexandre Gonçalves
Em Mato Grosso do Sul, 5,7 milhões de hectares de áreas nativas foram exploradas para a produção de carvão vegetal entre os anos de 1997 e 2005. Algo equivalente a 16% do território do Estado. O cálculo foi apresentado pelo economista André Pereira de Carvalho, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo.
Carvalho é um dos autores do estudo “Impactos socioeconômicos e ambientais do complexo minero-siderúrgico de Mato Grosso do Sul”, realizado em conjunto com a ONG Conservação Internacional (CI). E a previsão de consumo vai aumentar com o crescimento previsto do complexo de mineração e siderurgia no Estado.
A mesma pesquisa indica que o setor deverá consumir, em MS, 400 mil toneladas de carvão vegetal por ano a partir de 2009, o equivalente ao que seria possível extrair da derrubada de 2,5% da vegetação nativa remanescente em Mato Grosso do Sul.
O estudo também aponta para a grande área já degradada na região leste do Estado, que poderia ser utilizada para plantio de florestas destinadas à produção de carvão. A iniciativa geraria 6.430 empregos diretos e 4.820 indiretos, segundo estimativas modestas, a partir do ano que vem. “Mas seria necessário planejamento do governo estadual para integrar a cadeia produtiva”, afirma Carvalho. “Até agora, pouca coisa foi feita.”
A MMX, uma das principais empresas que atuam na região, divulgou nota ontem afirmando o compromisso de tornar-se auto-suficiente na produção de carvão a partir de 2017. Também garantiu que só compra carvão produzido de matéria-prima que detenha Documento de Origem Florestal (DOF).
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