segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

OESP - Força Nacional chega ao Pará para reforçar megaoperação

Por Carlos Mendes, BELÉM

Contingente substituirá PM e ajudará na retirada da madeira apreendida

Os primeiros cem homens da Força Nacional de Segurança chegaram ontem ao Pará para garantir o apoio aos fiscais de órgãos ambientais no combate ao desmatamento e extração ilegal de madeira na Amazônia. Eles saíram de São Luís do Maranhão em dois aviões da Polícia Federal e seguiram para Tailândia, onde uma operação apreendeu 15 mil metros cúbicos de madeira ilegal na semana passada.

A tropa vai se juntar a outros 400 homens da Polícia Militar do Pará, em Tailândia, que devem ser gradativamente substituídos. Mais 57 agentes da Força Nacional chegarão em dois dias. De acordo com uma fonte do Ministério da Justiça, o contingente deverá permanecer no mínimo dez dias no Estado.

Desde sábado, Tailândia está ocupada por policiais militares. Parte desse contingente acompanha agentes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na retirada da madeira encontrada em serrarias do município. Apenas ontem, 16 carretas transportaram 205 metros cúbicos.

Ainda faltam visitar 130 de um total de 147 serrarias da região. A Sema acredita que nos pátios das serrarias ainda exista 50 mil metros cúbicos de madeira derrubada da floresta e transportada ilegalmente.

PROTESTOS

A aparente calma nas ruas da cidade camufla um clima de tensão. Os madeireiros que insuflaram seus empregados a promover quebra-quebra e saques no começo da semana passada, com distribuição de bebidas e drogas, de acordo com investigação do serviço de inteligência da PM, agora se mostram dispostos a colaborar.

Na megaoperação iniciada no dia 11 foram autuadas sete serrarias. Com o começo da retirada das toras, a população reagiu. Uma ponte que dá acesso à cidade, na rodovia PA-150, foi bloqueada. A PM foi chamada para conter os protestos na cidade. Agora, os madeireiros prometem atuar na legalidade. Hoje, 70% da madeira da região tem origem ilegal.

Além disso, ao mesmo tempo em que ameaçam demitir 2,5 mil empregados, os madeireiros acionaram seus advogados para ingressar hoje com mandado de segurança para ter de volta a madeira apreendida. O material está sendo levado em carretas para uma fazenda que já pertenceu à Pirelli, em Marituba, município da região metropolitana de Belém, a 240 km de Tailândia.

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