quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Globo - No Rio, transportadoras são alvo do Ibama

Por Maiá Menezes

Órgão fará operações para fiscalizar grandes empresas do ramo, exigindo notas fiscais

O combate ao desmatamento ilegal chegou ao Rio. O Ibama decidiu arrochar a fiscalização sobre as transportadoras de madeira no estado. A operação começou ontem, um dia depois de os madeireiros de Tailândia, no Pará, impedirem a remoção de 15 mil metros cúbicos de madeira ilegal apreendida na semana passada. Os alvos do Ibama são as maiores transportadoras do estado e aquelas que já foram autuadas pelo órgão.

Empresa é notificada por falta de notas fiscais e informações Fiscais do Ibama notificaram ontem a empresa Guatemala Comércio de Madeiras, na Penha, Zona Norte do Rio. Em 2006, a transportadora foi autuada pelo Ibama por ter, segundo o órgão, falsificado Autorizações para Transportes de Produtos Florestais (ATPF), concedidos pelo órgão. No mesmo ano, a Polícia Federal atestou no Pará um lote de ATPFs falsos.

O superintendente regional do Ibama, Rogério Rocco, que trata a situação do Pará como “guerra civil”, afirma que o esquema, na região amazônica, é alimentado pela ilegalidade também no transporte da madeira.

Na Guatemala Comércio de Transportes, os fiscais fixaram prazo de 48 horas para que o proprietário apresente as notas fiscais referentes à entrada e saída da madeira do pátio da empresa a partir de outubro de 2006. A empresa tem ainda o mesmo prazo para detalhar o estoque de madeiras no pátio. As informações não foram prestadas durante a fiscalização porque o proprietário informou não ter os dados. Caso não responda às notificações, a transportadora será multada.

— Não ter esses documentos pode ser uma irresponsabilidade grande ou uma estratégia para burlar a fiscalização.

Agir para dificultar a fiscalização é uma maneira de promover o crime ambiental. O intermediário que se relaciona com cidades de porto têm grande responsabilidade: ele distribui a madeira ilícita — disse o superintendente do Ibama.

Rogério Rocco vai sugerir ao Ministério do Meio Ambiente que as operações também aconteçam em outros estados das regiões Sul e Sudeste. No Rio, as operações ocorrerão duas vezes por semana. A próxima será amanhã, também na Zona Norte da cidade.

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