quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Globo - Ibama ocupa primeira madeireira em Tailândia

Por Ronaldo Brasiliense

Operação Arco de Fogo começa com apoio da Força Nacional e da PF; estabelecimento teria mil m³ de madeira ilegal

TAILÂNDIA (PA) e BELÉM. No primeiro dia de ação de campo da Operação Arco de Fogo, fiscais do Ibama, protegidos por soldados da Força Nacional de Segurança e por policiais federais armados com metralhadoras e escopetas, ocuparam ontem a DK Madeireira, no Centro de Tailândia. Levantamento preliminar indica a existência de 800 metros cúbicos a mil metros cúbicos de madeira de procedência ilegal na madeireira.

A multa para a DK, segundo o coordenador do Ibama na operação, Bruno Versiani, pode variar de R$ 100 a R$ 500 por metro cúbico de madeira apreendida.

A DK tem licença ambiental e apresentou cadastro técnico federal e documentação comprovando origem de parte da madeira. Foi a única operação do dia. Doze funcionários do Ibama fiscalizaram toda a documentação da madeireira, mediram e identificaram as toras.

Com o uso de helicópteros para localizar as maiores concentrações de fornos para a produção de carvão, a Operação Arco de Fogo vai centrar fogo, a partir de hoje, nas carvoarias ilegais do município. Madeireiros da região estimam que há mais de quatro mil fornos de carvão na ilegalidade.

Tailândia, às margens da PA150, é um dos maiores fornecedores de carvão vegetal para as usinas siderúrgicas de ferro gusa de Marabá. Em plena zona urbana há fornos em funcionamento, inclusive nos fundos de serrarias, aproveitando as sobras da industrialização da madeira.

Somente no ramal que leva ao Rio Moju, O GLOBO contou mais de 300 fornos em quatro carvoarias. Em uma delas, o carvoeiro Manoel Silva, 39 anos, dois filhos, natural de Paragominas (PA), preparava mais uma fornada de carvão, em meio à fumaça, e mostrava preocupação com o desemprego que virá com a destruição dos fornos: — O emprego aqui está difícil.

Se isso aqui acaba, não sei como vou sustentar meus filhos.

Em Belém, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) propôs que o governo federal adote medidas de amparo a trabalhadores desempregados pela operação. A proposta foi levada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília. A governadora citou o seguro defeso, pago no período em que a pesca fica proibida.

Segundo Ana Júlia, o Pará dispõe de instrumentos que podem ser usados, como o Agente Ambiental Voluntário, programa do Ibama que dá bolsa ao cidadão que preserva a floresta.


Motosserras sem licença
Por Evandro Éboli

Venda no Mato Grosso feita sem fiscalização

SINOP (MT). A motosserra é tratada pelos fiscais do Ibama como um instrumento de crime. Para utilizar essa ferramenta nas propriedades rurais é obrigatório adquirir a Licença para Porte e Uso (LPU), concedida pelo próprio Ibama. Retirar a licença é fácil, e a taxa é barata: R$ 30 por ano. Ainda assim, a maioria sequer registra sua motosserra. No depósito da gerência do Ibama em Sinop, há 115 dessas unidades, todas apreendidas em ações dos fiscais. Deterioradas, cada uma deve valer, em média, R$ 1 mil. Uma nova custa até R$ 3,5 mil.

O Ibama só libera as motosserras após o pagamento da licença.

Mas, se a ferramenta for apreendida num flagrante de crime ambiental, a motosserra fica retida para sempre. Nas dezenas de lojas de produtor rural espalhadas na BR-163, é muito fácil adquirir uma motosserra. Não é exigido qualquer documento. Numa das lojas, na Casa Rural, o vendedor informou que o estabelecimento providencia o registro da motosserra no Ibama. Nas suas páginas na internet, as principais fabricantes de motosserra oferecem produtos.

Em Sinop, ontem, desembarcaram agentes da PF que vão atuar no Norte do Mato Grosso na operação Arco de Fogo.

Um comentário:

Anônimo disse...

LAMENTÁVEL ESSE PAÍS!!!

LICENÇA PARA USAR MOTO-SERRA?

NUNCA VI ISSO EM LUGAR ALGUM NO PLANETA, SÓ NESTE BRASIL.

DAQUI HÁ POUCO, VAMOS TER QUE SOLICITAR LICENÇA PARA PODER SAIR DE CASA.