Por Eduardo Nunomura e Cristina Amorim
Depois de quase uma semana em silêncio, madeireiros de Tailândia (PA) mobilizaram a população para protestar contra a fiscalização da qual foram alvo. Na megaoperação, iniciada no dia 11, foram autuadas sete serrarias e apreendidos mais de 13 mil metros cúbicos de madeira ilegal. Com o começo da retirada das toras, eles reagiram, e a população foi às ruas contra fiscais da Secretaria do Meio Ambiente do Pará e do Ibama. Uma ponte que dá acesso à cidade, na rodovia PA-150, foi bloqueada e permaneceu assim até o início da noite. Devido ao clima tenso, os agentes tiveram de sair da cidade.
O protesto começou na manhã de ontem. Madeireiros dispensaram os funcionários, alegando que não haverá mais emprego para eles por causa dos órgãos ambientais. Tailândia abriga cerca de 150 serrarias e estima-se que elas empreguem diretamente entre 2 mil e 3 mil pessoas. A economia é dominada pelo pólo madeireiro. O comércio ameaçou fechar as portas, em solidariedade ou por medo de ser alvo de vandalismo. Um grupo tentou invadir a prefeitura, mas foi contido pela Polícia Militar. Numa das serrarias de onde seria retirada a madeira ilegal, fiscais ficaram detidos pelos próprios trabalhadores. A PM teve de intervir. O tráfego de veículos por Tailândia ficou suspenso. A previsão é de que seja liberado só hoje.
A governadora do Pará, Ana Julia Carepa (PT), assegurou que vai retirar o material de Tailândia. “Antes, quando a madeira era apreendida, muitas vezes o próprio madeireiro era o fiel depositário, e acabava usando e requentando a madeira. Agora isso não vai acontecer.”
http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/20/ger-1.93.7.20080220.13.1.xml
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