Por Kézia Macedo, do Ibama
Alta Floresta/ MT - Fiscais do Ibama que atuam nas operações Guardião Termopilas, do Ibama, e na Arco de Fogo, da PF, na região de Alta Floresta, MT, aplicaram, em nove municípios, 91 multas no valor total de mais de R$ 6,2 milhões. Apreenderam 4,7 mil metros cúbicos de madeira em tora e serrada, o que equivale, em média, a 200 caminhões carregados. Entre os municípios fiscalizados estão três que constam da lista dos 36 que mais desmatam na Amazônia Legal: Alta Floresta, Paranaíta e Nova Bandeirantes. As ações tiveram início há cerca de três meses.
Durante esse período, o Ibama fiscalizou a origem e os destino da madeira ilegal. No campo, com a ajuda de um helicóptero, flagrou e parou a ação das motosserras em locais de derrubada ilegal da floresta. Embargou mais de 1,3 mil hectares em 43 áreas apontadas como desmatadas pelo Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter). Por meio de um sobrevôo de monitoramento, fiscais localizaram um garimpo clandestino em Novo Mundo/MT que foi desativado. Armas e máquinas foram apreendidas.
Em Alta Floresta, os agentes paralisaram uma extração ilegal de areia. Uma carvoaria clandestina foi lacrada. Nas rota de escoamento das toras, foram abordados 69 veículos e recolhidos 33, entre caminhões e tratores utilizados para explorar e transportar madeira sem autorização. Esses veículos são levados para pátios das operações ou de prefeituras locais. Nas cidades, agentes do Instituto auditaram 36 empresas madeireiras. Segundo o coordenador do Ibama na Arco de Fogo, Rodrigo Almeida, “cem por cento das serrarias fiscalizadas apresentaram irregularidades e foram autuadas”.
Força conjunta - O Trabalho conjunto marca a atuação do Ibama em Alta Floresta. O coordenador da Guardião Termopilas na região, Felipe Finger, avalia que “ao fiscalizar áreas desmatadas, a ação gera indicativos de alvos para a Arco de Fogo, da PF. Ao flagrar exploração e o transporte ilegais de madeira, a Guardião Termopilas repassa para Polícia Federal as informações sobre os receptadores do produto”. A PF e a Força Nacional de Segurança dão apoio à ação do Ibama.
Foi esse trabalho integrado que desarticulou uma quadrilha especializada na exploração e comercialização de castanheira, espécie ameaçada de extinção cujo corte é proibido pela legislação ambiental, que atuava em Paranaíta/MT. Numa serraria foram apreendidos cerca de 500 metros cúbicos da essência. Duas pessoas foram presas e sete detidas.
Outra ação conjunta foi desenvolvida em Nova Bandeirantes. Em barreira montada em ponto estratégico do município, três motoristas que pertenciam a uma mesma empresa foram autuados por transporte ilegal. A equipe da Guardião Termopilas acionou os fiscais da Arco de Fogo para fiscalizarem a empresa pelo recebimento de madeira sem origem legal. No mesmo município, foi localizado um ponto de extração ilegal. Acessos foram bloqueados com árvores para impedir a retirada das máquinas e equipamentos. Os envolvidos conseguiram se evadir do local, mas caminhões e máquinas foram recolhidos.
O Ministério Público do Trabalho participou de fiscalização em propriedade rural onde foi verificado uso de agrotóxico contrabandeado. A suspeita é de que o produto tenha vindo do Paraguai. Nessa fazenda foram encontrados trabalhadores em condição análoga ao trabalho escravo. O responsável pela propriedade foi preso pela PF e autuado pelo Ibama e MPT.
A ação fiscalizatória dos fiscais e policiais extrapola os limites do estado do Mato Grosso. Há uma semana, eles vistoriaram quatro fazendas no extremo sul do município de Novo Progresso/ PA. Foram identificados três incrementos de desmatamentos recentes que serão autuados pelos agentes.
Crédito da imagem: Stockxchng
(Envolverde/Ibama)
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