Instituto registra primeira redução significativa no ano; leilão de bois piratas fracassa pela terceira vez
BRASÍLIA. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou uma redução de 20% no desmatamento da Amazônia em junho. A informação será divulgada hoje pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. É a primeira redução significativa dos índices de desmatamento desde o início do ano. Em maio, os satélites do Inpe tinham detectado uma diminuição muito pequena, quase irrisória, na comparação com abril.
Em maio, os índices foram alarmantes: uma área de 1.096 km² da Floresta Amazônica foi destruída, numa dimensão que equivale ao tamanho do município do Rio de Janeiro.
Mato Grosso foi o estado que mais desmatou: 646 km².
Em abril, o estado governado pelo pecuarista Blairo Maggi (PR) foi também o que mais devastou. Mês passado, o governo demorou para divulgar os dados do desmatamento da Amazônia e foi duramente criticado por entidades não-governamentais que atuam nessa área. Agora, como os números de junho melhoraram, a divulgação será mais rápida.
Até o último levantamento, Minc projetava que 13 mil km² de floresta serão destruídos no período de 12 meses entre agosto de 2007 e julho de 2008.
O número é 15% maior do que os 11.224 km² registrados no período 2006-2007. Os números só serão conhecidos no final deste ano.
Ibama vai recorrer contra valor mínimo para bois
Pela terceira vez consecutiva o Ibama não conseguiu um lance sequer no leilão para tentar comercializar os cerca de três mil bois apreendidos na Estação Ecológica da Terra do Meio, no Pará. A frustrada tentativa de vender os bois piratas foi criticada pela bancada ruralista. Deputados ligados ao agronegócio ironizaram a decisão de Minc de realizar esses leilões, e afirmaram que dificilmente os animais serão comprados por algum produtor da Região Amazônica.
Em nota, o Ibama afirmou que vai recorrer da liminar que fixou o valor mínimo para o leilão dos bois, concedida uma hora antes do início da venda.
A decisão, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, proibiu a redução do valor do lance inicial. O desembargador Olinto de Menezes não aceitou lance inferior ao preço considerado de mercado, de R$ 3,1 milhões.
Para este leilão, o valor previsto era de R$ 1,4 milhão, uma redução de 60% ao mínimo estipulado anteriormente.
— A decisão do juiz retraiu os interessados — disse Flávio Montiel, diretor de Proteção Ambiental do Ibama.
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