quarta-feira, 16 de julho de 2008

Folha - Desmatamento tem leve queda em maio

Por FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Segundo o Inpe, Mato Grosso ainda é o Estado líder de devastação, com 646,9 km2, apesar de número ter caído 19%

Total desmatado no período, porém, cresceu; de agosto de 2006 a julho de 2007, foram 4.974 km2 e, de agosto de 2007 até maio, 6.945 km2

O ritmo do desmatamento na Amazônia sofreu uma ligeira redução no mês de maio, apontam dados divulgados ontem pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com base no sistema Deter (detecção em tempo real). Foram devastados 1.096 km2 de floresta em maio, área um pouco menor do que a da cidade do Rio de Janeiro (1.182 km2). Em abril, foram 1.123 km2.

Apesar disso, o total desmatado no atual período de observação já é maior do que o verificado no anterior. Esse período de observação feito pelo Inpe vai de agosto de um ano até julho do seguinte. Entre agosto de 2006 e julho de 2007, a Amazônia perdeu 4.974 km2 de floresta. De agosto do ano passado até maio, foram 6.945 km2. E ainda faltam somar os dados de junho e julho.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, classificou de "animador" o resultado de maio. Destacou que houve queda no período em que a Amazônia Legal ficou coberta por nuvens (46% em maio contra 53% em abril).

Com a melhor observação da região, a informação de que houve redução no ritmo de devastação é mais confiável.

O Estado campeão de desmatamento foi mais uma vez Mato Grosso, com 646,9 km2. O número, porém, é 19% inferior ao registrado no Estado em abril (794,1 km2).

No Pará, o desmatamento identificado subiu de 1,3 km2 em abril para 262 km2 em maio, mas isso se deve a uma redução na cobertura de nuvens sobre o Estado (89% em abril contra 59% em maio).

Para Câmara, o resultado pode ser atribuído a "vários fatores", entre eles uma "ação forte" do governo federal na repressão ao desmatamento ilegal na Amazônia. Sobre a liderança de MT no ranking, ele disse que é preciso aguardar os dados dos próximos dois meses, já que algumas regiões do Pará, o segundo no ranking, não puderam ser observadas.

O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luís Henrique Chaves Daldegan, comemorou a redução do desmatamento verificada. "Para nós, é um número para ser observado. Mas vamos continuar nosso trabalho de fiscalização."

Ele minimizou a permanência do Estado na liderança do desmatamento em maio e também apontou a cobertura de nuvens maior em outros Estados. "No contexto global, que é o importante, o desmatamento ilegal em Mato Grosso vem diminuindo", disse ele.

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