Por Luciana Abade, Jornal do Brasil
BRASÍLIA - O desmatamento na Amazônia reduziu 25% em junho em relação a maio deste ano. No mês passado, foram registrados 870 km² de área desmatada, enquanto no mês anterior a devastação atingiu 1.096 Km². Comparado ao mesmo período de 2007, a redução foi de 55%.
Os números são do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) e foram divulgados. ontem, pelo Ministério do Meio Ambiente.
– Não é sorte. É trabalho, trabalho, trabalho – afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que contou com o apoio do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes e a Polícia Federal.
Segundo o ministro, a redução é resultado das medidas de fiscalização que entraram em vigor nos 36 municípios que mais contribuem para o desmatamento da área.
Além de normas estabelecidas, como o Decreto 6321/07, que obriga a reunião de informações para monitorar, de forma preventiva, a ocorrência de novos desmatamentos ilegais, bem como promover a integração de elementos de controle e gestão compartilhada entre as políticas agrária, agrícola e ambiental.
Operações diárias
Cerca de 1.200 homens trabalham em 45 operações diárias de preservação da Amazônia.
No início do ano eram 25. Para reforçar a equipe, mil brigadistas serão contratados para combater incêndios na região nos próximos meses.
O Pará foi o Estado que mais diminuiu o desmatamento em junho, com uma redução de quase 500 km². Seguido do Mato Grosso, com 360 km².
Apesar dos números, o ministro afirma que não há o que comemorar:
– Os dados não nos animam –disse. – Acho que são muito altos. Não estamos comemorando. Como ambientalista, não me conformo em ver a Amazônia tão desmatada.
Minc acredita que a redução do desmatamento em julho vai ser ainda maior, uma vez que o Banco Central vai bloquear o crédito rural de produtores que desmatarem ilegalmente. A resolução passou a valer nesse mês.
O ministro mostrou-se surpreso com os resultados, já que o mês de junho é considerado um mês crítico devido a estiagem. A visibilidade de 72% da área "torna os números do Inpe ainda mais confiáveis".
Minc relatou que a pressão de prefeitos e governadores nesse período eleitoral tem sido grande para que ele "afrouxe" na fiscalização.
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