Por AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem dar números, ministro antecipou que dados "não são motivo de alegria"
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, antecipou ontem que a taxa de desmatamento da Amazônia caiu no mês de maio deste ano em relação a abril e, também, em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, ele afirma não estar contente com a situação.
Os dados completos do sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) serão anunciados hoje pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com o ministro, o desmatamento no mês de maio apresentou uma redução limitada.
"Infelizmente, só modesta, mas felizmente uma queda", disse. "Quero dizer que isso não é motivo de alegria para nós porque o desmatamento, como sempre, está muito grande. Sempre que se compara com alguma coisa que é ruim, mesmo que diminua isso não significa que seja uma maravilha."
O governo recebeu críticas em razão da demora em anunciar os dados de desmatamento de maio, que deveriam ter sido divulgados em junho. Os dados passaram pela análise da Casa Civil e precisavam ser apresentados ao presidente Lula antes de serem divulgados.
Em abril, o Deter indicou um desmatamento de 1.123 km2 -o equivalente à área do município do Rio de Janeiro. Após três anos com queda no ritmo de destruição da floresta, o sistema mostrou neste ano a retomada do aumento.
O Inpe afirma que essa será a primeira vez que o Deter irá separar corte raso (áreas totalmente desmatadas) de pontos em processo de degradação (quando a área vira um ecossistema falido, mas ainda há algumas árvores no local).
A não separação dos dados era criticada pelo o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que só considera desmatamento o corte raso e não concorda com a inclusão de áreas degradadas na conta do Inpe.
Segundo Minc, o novo formato de apresentação dos dados do Deter deve "diminuir uma certa tensão em relação aos governadores que reclamavam que os dados vinham de forma agregada".
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