quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Globo - Desmatamento: Minc se diz otimista com redução

Por Bernardo Mello Franco

Segundo ministro, técnicos esperam taxa anual de destruição próxima à de 2007, a menor registrada em 16 anos

BRASÍLIA. A redução de 20% do desmatamento da Amazônia em junho levou o governo a abandonar, pela primeira vez desde o início do ano, as previsões pessimistas sobre o futuro da floresta. O novo tom foi dado ontem pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Ao comentar o resultado da nova medição feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ministro disse que os técnicos da pasta refizeram os cálculos e já esperam uma taxa anual de desmatamento próxima à de 2007, quando os satélites registraram a menor destruição em 16 anos.

— É uma redução significativa.

Os números demonstram que a tendência de alta do desmatamento começa a declinar — disse Minc.

Minc diz que ainda não há motivo para comemorar

Ao assumir o cargo, há dois meses, o ministro afirmou que a soma das derrubadas entre agosto do ano passado e julho deste ano poderia chegar a 15 mil quilômetros quadrados — uma piora de 34% em relação a 2007, quando sumiram do mapa 11.224 km² de florestas. Ontem, ele reduziu a estimativa para 12 mil km². Apesar do otimismo, Minc disse que o governo não pode afrouxar o combate à devastação e prometeu mais esforços do Ibama e da Polícia Federal para reprimir a ação das madeireiras.

— Não podemos afrouxar. Temos que aumentar a vigilância.

A redução foi significativa, mas não dá para comemorar, porque o desmatamento ainda é muito grande — afirmou Minc.

De acordo com os dados do Inpe, o desmatamento em junho caiu 20% em relação ao mês anterior e 35% na comparação com junho de 2007. Nos chamados 36 municípios prioritários, principal alvo do pacote contra o desmatamento anunciado pela ex-ministra Marina Silva, houve queda de 52% nas derrubadas entre maio e junho em relação ao mesmo período do ano passado. Minc disse esperar um resultado ainda melhor em julho, graças à resolução do Banco Central que suspendeu no dia 1º a concessão de empréstimos para desmatadores.

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