sexta-feira, 18 de julho de 2008

Envolverde - Desmatamento na Amazônia este ano será maior do que em 2007


Por Redação do Ministério da Ciência e Tecnologia

O desmatamento da região Amazônica este ano será maior do que o registrado nos anos de 2006 e 2007, segundo os dados do Deter. A afirmação foi feita pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Gilberto Câmara, no simpósio Desmatamento na Amazônia: a visão dos diferentes setores da sociedade, realizado na tarde de ontem (17), na 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campinas (SP).

Câmara disse que os dados ainda estão sendo coletados e analisados, “mas a queda na taxa de desmatamento verificada nos últimos três anos será interrompida este ano”. Ele explicou que essa taxa se refere ao denominado “corte raso”, que se refere “àquelas áreas nas quais a vegetação foi totalmente eliminada”.

O diretor do Inpe explicou que a polêmica em torno dos números do desmatamento gira em torno da metodologia de interpretação dos dados. As áreas florestais são monitoradas mensalmente. “Quando o satélite detecta o corte de árvores em alguma área, mas a floresta continua em pé, alertamos as autoridades do setor”, afirmou Câmara.

Ele pontuou que essa mesma área no monitoramento pode indicar a continuidade da ação devastadora ou não. Todavia, se a derruba prossegue chega à fase que o Inpe denomina de corte raso, ou seja, a degradação total da vegetação com dificuldade ou total possibilidade de reposição da cobertura vegetal. A taxa que apresenta esses números é apresentada uma vez por ano pelo Inpe.

A pesquisadora do Inpe Ana Paula Dutra apresentou no Simpósio as discussões e propostas para a questão do desmatamento resultantes de um encontro realizado em maio último, em Belém. “Lá estiveram os mais variados segmentos e instituições envolvidas na questão ambiental e o que podemos verificar é que as visões sobre essa problemática são tantas quantos são os atores envolvidos”. Para ela, porém, o problema de desmatamento, siga ele o caminho que seguir, desemboca na questão sócio-econômica.

O pesquisador Roberto Araújo Santos Júnior do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) disse acompanhar a questão Amazônica há vários anos e acha também que a solução para o desmatamento é bastante complexa, “e passa pela construção de um novo modelo sócio-econômico”. Para ele, não basta reprimir a ação de madeireiros, pecuaristas, agricultores, industriais e outros atores. “A discussão é muito ampla e perpassa por muitos interesses, se ninguém concordar em ceder uma parte desses interesses não se irá a lugar algum”.

(Envolverde/MCT)

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