Paulo de Tarso Lyra
O bispo do Xingu (MT), Dom Erwin Krautler, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que receba representantes da sociedade civil local antes de autorizar o início da construção da usina de Belo Monte. Erwin está preocupado com efeitos negativos da construção da usina, tanto no rio Xingu quanto para as populações da região, incluindo tribos indígenas. Segundo o bispo, o presidente prometeu um encontro com o grupo na segunda quinzena de abril.
O bispo quer que as conversas aconteçam antes do estudo de impacto ambiental, que está sendo elaborado pela Eletrobrás , sejam pagos. Pelo projeto original, está prevista a construção de apenas uma barragem no Xingu, mas o bispo lembra que, em certos períodos de estiagem, as águas baixam a níveis mínimos.
Seriam necessárias quatro ou cinco barragens para que a geração fosse suficiente, o que acabaria sacrificando o rio. Mesmo que o projeto original seja mantido, o bispo vê perigo para a população local. "Ainda não sabemos o tamanho da área alagada. Se for apenas uma barragem, Altamira (PA) será muito prejudicada. Estamos falando de uma cidade com 90 mil habitantes."
A usina de Belo Monte, que está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será a segunda maior do país, perdendo apenas para Itaipu Binacional. Terá potência instalada de 11.181 MW, quase o dobro das duas usinas a serem construídas no Madeira - Santo Antônio e Jirau - compondo a tríade de grande usinas localizadas na região Norte. O governo promete realizar o leilão de concessão em setembro deste ano.
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