terça-feira, 10 de março de 2009

Envolverde - Fundo de investimento de renda fixa ajudará criação, implementação e gestão de unidades de conservação na Amazônia


Na quinta feira, dia 5 de março, foi lançado o Fundo Gradual Amazônia Viva, uma carteira de renda fixa de característica conservadora cujos rendimentos contribuirão com ações que visam a promover a conservação da natureza e o uso sustentável dos recursos naturais por meio do apoio à criação, implementação e gestão de unidades de conservação (UCs) na Amazônia. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o WWF-Brasil e a Gradual Investimentos e tem o objetivo de captar R$ 100 milhões até o fim do ano.
Durante o evento de lançamento, realizado em Manaus, Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos, apresentou o fundo. Ele explicou que a idéia de criar uma carteira de investimento que trouxesse benefícios para região surgiu após a inauguração do escritório da corretora em Manaus, capital do estado que abriga o maior número em hectares de área continua de floresta tropical intacta do Brasil.

“Para nós da Gradual, a melhor forma de contribuirmos com a preservação desse patrimônio, é nos unir a uma organização séria e que realiza trabalhos de conservação focados na floresta, que é o que entendemos como algo mais emergencial”, declarou.

Silveira disse ainda que a corretora optou em oferecer um formato de fundo conservador – que não está baseado em multimercados ou ações – devido ao cenário instável que, atualmente, movimenta o mercado. “Queremos oferecer uma oportunidade de risco mínimo às pessoas, sejam físicas ou jurídicas, que queiram contribuir com a conservação ambiental e também usufruir do retorno financeiro atraente”, completou.

Mauro Armelin, coordenador do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil, representou a organização durante o evento e falou da importância da região, da representatividade dos serviços ambientais que presta e de sua influencia no equilíbrio ambiental de todo o planeta. Falou também sobre os efeitos das áreas protegidas na redução das emissões de gases.

Segundo Mauro, as áreas protegidas representam um componente essencial de um conjunto de estratégias para conter o desmatamento e a conseqüente liberação de carbono. Além do seu papel de reduzir o efeito estufa por evitar emissões de carbono, as áreas protegidas contribuem para reduzir a degradação, mantendo as funções dos serviços ambientais prestados pela floresta.

“Segundo as indicações de um modelo matemático que simula os efeitos das áreas protegidas na redução das emissões de desmatamento, a Amazônia brasileira lançaria cerca de sete bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera até 2050, caso as unidades de conservação criadas entre 2003 e 2007 não existissem. Se o cenário atual persistir ou melhorar, esse número cairá para, pelo menos, 0.6 bilhões”, declarou.

O evento de lançamento contou com a participação de um público diversificado, entre empresários, investidores e membros da sociedade civil que se preocupam com o futuro do planeta.

Sofia Medeiros participou do evento e disse ver no fundo uma ótima oportunidade de associar seus interesses de ascensão econômica com a possibilidade de exercer sua responsabilidade socioambiental.

“Soube da existência do fundo no jornal e resolvi prestigiar o lançamento para entender melhor como funciona. Acho ótima a idéia de ajudar ações pela conservação ambiental e ainda ter um retorno financeiro com isso. Pretendo investir. Estarei lucrando duas vezes”, declarou.

A gestão do Fundo Gradual Amazônia Viva será feita pela Gradual Investimentos. Parte da taxa de administração, que será de 1,20% anuais, irá mensalmente para o WWF-Brasil. Os primeiros recursos doados serão destinados à compra de equipamentos para unidades de conservação (UCs) na Amazônia.

WWF-Brasil em ação


A criação, implementação e consolidação de áreas protegidas na Amazônia, junto com o apoio técnico ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) que é uma iniciativa do governo federal, é um dos focos de atuação do WWF-Brasil para garantir a perenidade da diversidade biológica, bem como dos processos ecológicos e serviços ambientais fornecidos por esse bioma.

Na Amazônia, além do apoio financeiro, o WWF-Brasil fornece assistência técnica ao Arpa, uma das maiores iniciativas de conservação ambiental do planeta. Para subsidiar a criação de novas áreas protegidas, por exemplo, o WWF-Brasil realiza levantamentos ecológicos, com a coleta de dados durante expedições científicas.

Com o objetivo de potencializar seu trabalho na Amazônia brasileira, o WWF- Brasil adotou a estratégia de blocos de conservação. Atualmente, as ações de campo da organização dão ênfase para seis blocos amazônicos: Rio Negro (AM/RR), Tumucumaque (AP/PA), Terra do Meio (PA), Juruena-Apuí (AM/MT), Itenez-Mamoré (AC/RO) e Acre-Purus (AC/AM). Além dos blocos, o WWF-Brasil também atua diretamente, por meio do Projeto Diálogos, na área do Distrito Florestal da BR-163, rodovia que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).

Crédito da imagem:WWF-Brasil / Denise Cunha

(Envolverde/WWF-Brasil)

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