sexta-feira, 31 de outubro de 2008

OESP - Desmatamento em setembro fica estável em relação a 2007

Por Lígia Formenti e Karina Toledo

Derrubada da floresta recuou 22% na comparação com agosto, indicam números do Inpe

O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) registrou 587 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia em setembro. A extensão de área derrubada ou degradada é 22% menor do que a registrada em agosto, mas muito semelhante à marca de setembro de 2007, quando foram detectados 603 quilômetros de desmate. De janeiro a setembro, o Deter já contabilizou 6.268 quilômetros quadrados de desmatamento.

"Não dá para comemorar. Quinhentos quilômetros de desmatamento num mês só é inadmissível", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao comentar os índices.

Os números divulgados têm ainda de ser observados com reservas, porque nuvens impediram a análise de 33% da área pesquisada. Relatório apresentado ontem mostra que Estados do Amapá, Pará e parte do Amazonas não tiveram acompanhamento adequado por causa do tempo. O Pará é o segundo no ranking de desmatamento captado pelo Deter neste ano. Até setembro, foram registrados 1.679,7 quilômetros quadrados de floresta perdida.

Minc atribuiu a queda de 22% em relação a agosto ao maior rigor e maior regularidade nas operações de repressão.

CAATINGA

O Ministério do Meio Ambiente assinou ontem, em parceria com a Fundação Chico Mendes e a ONG The Nature Conservancy (TNC), um plano para promover a criação e a consolidação de unidades de conservação na caatinga. De acordo com mapeamento realizado pelas entidades, 80% do bioma já foi alterado pela atividade humana e, apesar de sua grande biodiversidade, somente 7% do território é protegido por unidades de conservação, sendo 1% unidades de proteção integral.

"Se a Amazônia está no topo da lista de preocupações ambientais, a caatinga está entre os últimos itens. É um bioma historicamente negligenciado", afirma Ana Cristina Barros, representante nacional da TNC.

A secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito, conta que cerca de 1,8 milhões de hectares da região estão sendo estudados para que sejam selecionadas áreas prioritárias à conservação.

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