Por Evandro Éboli
Minc anuncia operação pente-fino em Mato Grosso, estado que mais uma vez registrou maior desmatamento
BRASÍLIA. O desmatamento na Amazônia em setembro destruiu uma área de 587 quilômetros quadrados, o que significa uma redução de 22% se comparado com agosto, quando foi registrada uma área destruída de 756 quilômetros quadrados. Mato Grosso voltou a ser o estado com a maior devastação. No estado foram desmatados 216 quilômetros quadrados em agosto, o que representa 36,7% do total destruído na Amazônia.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que será realizada uma fiscalização pente-fino em Mato Grosso. Para o ministro, vários planos de manejo no estado devem estar fraudados.
Ele reafirmou que qualquer índice de desmatamento nunca é bom, mas não deixou de comemorar o resultado: — É sempre melhor diminuir do que aumentar. De qualquer maneira, é inadmissível que se desmate tanto.
O ministro atribuiu a redução da área desmatada em setembro a uma série de fatores, como a regularidade nas operações e maior rigor dos agentes, a presença da direção nacional do Ibama nas operações, o foco prioritário na origem do desmatamento e também a ações como leilões de gado e de madeiras apreendidas. Minc afirmou que esses leilões não eram uma prática comum no ministério até pouco tempo atrás.
Os dados apresentados ontem foram levantados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somados os últimos quatro meses — de junho a setembro — o total de área desmatada foi de 2.539 quilômetros quadrados. Comparado com o mesmo período de 2007, quando foram destruídos 3.256 quilômetros quadrados, a diminuição este ano foi de 22%.
Minc recebeu um manifesto de uma série de ONGs ambientais que criticam o Plano Nacional de Mudanças Climáticas apresentado pelo governo. O ministro rebateu as críticas de que o plano carece de metas e não se compromete a reduzir a emissão de gases do efeito estufa: — É fácil chegar com um documento e pedir mudanças.
Também quero desmatamento zero para amanhã, mas sabemos que não é bem assim. Toda contribuição será bem-vinda.
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