Por Cristiane Jungblut
Para manter doações, país exigirá provas de redução do desmatamento
BRASÍLIA. A Noruega vai investir US$ 1 bilhão até 2015 no Fundo Amazônia, mas exigirá documentação que comprove a efetiva redução do desmatamento no Brasil. Um convênio de cooperação foi assinado ontem entre o presidente Lula e o primeiroministro da Noruega, Jens Stoltenberg. O Fundo Amazônia será efetivamente criado em outubro para receber doações internacionais que serão utilizadas na preservação da região.
A Noruega é o primeiro país a contribuir para o Fundo, que será administrado pelo BNDES. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que há mais quatro países interessados: Japão, Alemanha, Suíça e Suécia. Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o repasse do dinheiro será feito em outubro.
O primeiro-ministro confirmou o repasse de US$ 1 bilhão ao longo dos anos. A intenção é liberar uma parcela de cerca de US$ 140 milhões em 2009, além de um residual de cerca de US$ 17 milhões este ano. O restante do desembolso vai depender de uma prestação de contas ambiental a ser feita pelo Brasil: — A precondição é de que venha o documento no sentido de que o desmatamento seja efetivamente reduzido. Queremos a redução do efeito-estufa e é por isso que estamos agindo.
Para o norueguês, a criação do Fundo Amazônia foi um passo ousado do governo Lula. Ele disse que o Plano da Amazônia e o fundo eram necessários e que está impressionado com os esforços do Brasil para preservar o meio ambiente. Lula disse que, se os demais países ricos agissem como a Noruega, o efeito estufa no mundo já teria diminuído substancialmente. Ele elogiou o “gesto forte” do país nórdico e disse que o Brasil vem fazendo o dever de casa na preservação ambiental: — No dia em que cada país desenvolvido tiver a mesma atitude que teve a Noruega, certamente começaremos a ter certeza de que o aquecimento global poderá diminuir.
Lula disse que o Brasil vem dando sinais para o mundo de que vai aperfeiçoar sua matriz energética e poluir o menos possível.
Stoltenberg foi para o Pará com Minc. Antes, foi homenageado por índios em cerimônia na Universidade de Brasília
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