Greenpeace rastreou o comércio dos produtos pecuários das indústrias que funcionam no Norte
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcas famosas de diferentes países usam produtos que podem ser provenientes da destruição da Amazônia. A afirmação está num relatório elaborado pelo Greenpeace.
Não é novidade que a pecuária provoca uma das maiores pressões para o desmatamento na região amazônica. Porém, o que a ONG ambientalista fez agora foi rastrear o comércio de produtos pecuários de fábricas de processamento de carne para a exportação.
E, de acordo com o Greenpeace, o "consumo cego de matéria-prima está alimentando o desmatamento e as mudanças climáticas". A ONG afirma que as investigações mostraram que centenas de fazendas no bioma Amazônia fornecem gado para os frigoríficos das empresas na região.
E, nas vezes em que foi possível obter os mapas das propriedades, as análises de satélite revelaram que fornecimento significativo de gado vinha de fazendas envolvidas em desmatamento recente e ilegal.
"Dados comerciais também mostraram negócios com fazendas envolvidas em trabalho escravo", diz o documento, que será mais bem detalhado hoje.
Além de abordar a questão do comércio de carne, o relatório aponta diversos compradores de couro em outros países que, de certa forma, acabam sendo corresponsáveis pelo desflorestamento. O documento diz que na China, por exemplo, fabricantes de tênis usam o couro acabado de compradores instalados na Amazônia.
Acionista
O governo é acionista das empresas que contribuem para a derrubada da Amazônia, diz a ONG. Entre 2007 e 2009, estas empresas -responsáveis por mais de 50% das exportações de carne do país- receberam US$ 2,65 bilhões do BNDES.
O documento do Greenpeace defende o financiamento da proteção das florestas como forma de resolver o problema.
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