The New York Times, WASHINGTON
Lobista dos EUA não crê que ação humana contribui para efeito estufa
Considerado um dos maiores opositores da ideia de aquecimento global provocado pela ação humana, o lobista norte-americano Marc Morano acabou de abandonar o emprego de porta-voz do senador republicano James M. Inhofe, do Estado de Oklahoma, para lançar e se dedicar exclusivamente a seu site na internet, o ClimateDepot.com. Nele, Morano pretende continuar a propagar suas opiniões polêmicas, que desafiam especialistas.
Desde a juventude, Morano gosta de cutucar o que chama de "establishment liberal". Ele chegou a dirigir um documentário sobre a Floresta Amazônica porque ficou irritado com celebridades como Sting, que tentavam, segundo ele, "ditar o que as pessoas deveriam pensar". A que conclusão Morano chegou? A de que essa história de desmatamento da Amazônia é "um exagero".
Várias outras iniciativas de Morano foram desacreditadas - ele chegou a listar falsamente o diretor de um programa de TV sobre o clima como meteorologista em uma das publicações que produziu -, mas ele se diz orgulhoso de seu trabalho, que chama de "busca pela verdade". Segundo ele, a grande mídia mostra apenas um lado da questão. "Nós daremos links para o outro lado", afirma.
Mesmo com a falta de embasamento, o trabalho de contrainformação de Morano é temido por cientistas e ambientalistas. "Ele é um incansável divulgador de informações falsas", diz Kert Davies, diretor de pesquisas do Greenpeace. "Ao negar a urgência do problema, ele desacelera os esforços de regulação. No final, ele será responsabilizado, mas até lá pode ser tarde demais."
Já os apoiadores de Morano o veem como uma força organizadora crucial para transformar pedaços difusos de pesquisa científica em material para lobby político. "Antes do Marc, os esforços para desacreditar o aquecimento global eram desorganizados", diz John Coleman, um dos fundadores do Weather Channel, que já chamou a mudança climática de "engodo".
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