terça-feira, 14 de abril de 2009

O Liberal - Especialistas propõem estudos sobre BR-163

A partir de hoje, especialistas de instituições de pesquisa da Amazônia se reúnem no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, para discutir estratégias de modelagem e as dinâmicas sócio-ambientais do entorno da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA). Os debates acontecem no I Seminário de Resultados do Projeto Integrado Ministério da Ciência & Tecnologia - Embrapa (Pime), no Auditório Paulo Cavalcante, do Campus de Pesquisa do MPEG, situado à Avenida Perimetral, 1901, na Terra Firme.

Pesquisadores do Museu Goeldi, Embrapa Amazônia Oriental, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com a colaboração da Universidade Federal do Pará (UFPA), apresentarão os resultados das ações desenvolvidas ao longo do primeiro ano de execução do Pime, de acordo com os principais eixos temáticos do projeto, que são 'Dinâmicas Sociais', 'Mudanças Ambientais', 'Produção Florestal' e 'Capacitação'.

Ana Luiza Albernaz, especialista da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE/ MPEG), e coordenadora do Pime, fará a abertura do evento a partir das 9 horas, juntamente com Ima Vieira e Nilson Gabas, diretora e coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação do MPEG, respectivamente. Maria Luiza Braz Alves, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), também integra a mesa de abertura do seminário.

O Pime), coordenado pelo Museu Goeldi, constitui-se numa ação para integrar as competências científicas de diferentes projetos de pesquisa cujo foco é a Amazônia, como o Programa de Grande Escala da Biosfera - Atmosfera na Amazônia (LBA), Pesquisas de Desenvolvimento de Métodos, Modelos e Geoinformação para Gestão Ambiental (Geoma), Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO) e os projetos Dendrogene e de desenvolvimento de tecnologias regionais pela Embrapa.

Lançamento

A programação do I Seminário de Resultados do Pime conta, ainda, com o lançamento do livro 'Biodiversidade na Província Petrolífera de Urucu', uma publicação do Museu Goeldi e da Petrobras que reúne os resultados das pesquisas desenvolvidas pelo projeto 'Dinâmica de Clareiras sob Impacto da Exploração Petroleira' na região do Rio Urucu, no município de Coari, a 600km de Manaus (AM), onde a Petrobras mantém a Base Operacional Biólogo Pedro de Moura (BOGPM) ou Base Petrolífera de Urucu para prospecção e transporte de petróleo e gás natural. A obra será lançada às 17h30 desta terça-feira, dia 14.

Coordenado pela herpetóloga Ana Prudente, do Museu Emílio Goeldi, o projeto integra a Rede CTPetro Amazônia, que visa a intensificar a troca de informações entre as várias instituições de pesquisa e ensino superior que a integra no intuito de minimizar impactos e recuperar áreas da floresta utilizadas pelas atividades de prospecção e transporte daqueles recursos. A Rede CTPetro Amazônia é coordenado pelo pesquisador Luiz Antonio de Oliveira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Agronegócio

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, quer reunir as onze comissões permanentes do Senado, no dia 29 deste mês, para discutir, em audiência pública, a definição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e as implicações da legislação ambiental para o agronegócio. Um requerimento de sua autoria foi aprovado em 8 de abril por três comissões da Casa: Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH). Para que o debate aconteça, o requerimento precisa ser aprovado pelas oito comissões restantes, o que deve acontecer na próxima semana.

Ao apresentar o requerimento, Kátia Abreu sugeriu que participem do debate os pesquisadores Gustavo Ribas Curcio e Evaristo Eduardo de Miranda, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo ela, a intenção é envolver o setor acadêmico na discussão de questões ambientais, para que os parlamentares possam receber informações com embasamento científico. A senadora disse ainda que o debate deve priorizar a gestão das APPs e não o desmatamento das áreas, uma vez que, segundo ela, todos os estados brasileiros concordam com o desmatamento zero.

Kátia Abreu explicou que os empresários do agronegócio ficam impedidos de produzir em APPs, muitas delas consideradas pela senadora uma 'ficção'. Ela disse ter proposto o debate para que a ciência possa 'arbitrar e orientar' o setor agropecuário sobre o que precisa ser feito para preservação dos recursos naturais. 'Não queremos contestar a ciência. Se ela decidir, vamos abaixar a cabeça', disse. Ao defender a realização da audiência, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) afirmou que o Código Florestal Brasileiro representa, atualmente, a principal preocupação dos pequenos, médios e grandes proprietários, tendo em vista as recorrentes mudanças nas regras sobre áreas de proteção ambiental.

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