A importância do programa "Compromisso Mais Amazônia pela Cidadania", assinado pelo presidente Lula e por governadores da Amazônia, é muito pequena para o desenvolvimento da região, de acordo com o diretor da organização Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi, em entrevista para a Rádio CBN.
"A Amazônia foi a grande esquecida nos investimentos sociais, econômicos e ambientais nesse governo. Você poderia dizer 'antes tarde do que nunca', anunciaram algumas ações sociais, algumas coisas bem intencionadas, positivas, claro, todo mundo gosta de saber que poderemos talvez, espero que não seja só no papel, melhorar um pouco na questão da certidão de nascimento, pra inclusão social, melhorar um pouco os cursos pra erradicação do analfabetismo. São coisas sem dúvida importantes pra gente melhorar os indicadores, não só sociais, porém econômicos também da região. Mas o problema é que não há um dever de casa do estado, em termos de presença na região. Há abandono da região amazônica".
Smeraldi exemplifica esse abandono com os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. "[o PAC] prevê obras importantes no país inteiro. Na Amazônia, só tem obra que interessa ao Sudeste, para a produção de energia, para minério. Ou seja, se olha ainda pra Amazônia com uma visão um pouco neocolonial, para extrair algum recurso".
Segundo Smeraldi, existe um paradoxo ao se destinarem recursos subsidiados do Fundo Constitucional do Norte, que deveriam aquecer a economia local e ajudar o produtor, a grandes empresas do Sudeste que construam hidrelétricas na região.
"O Brasil guarda uma dívida importante, expressiva com a Amazônia", diz.
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