sexta-feira, 3 de abril de 2009

Amazonia.org.br - Lançado mapa que apresenta áreas protegidas e terras indígenas na Amazônia

Será lançado hoje mapa inédito da Amazônia que pretende superar visões fragmentadas e fomentar iniciativas e processos integrados que contribuam para a consolidação das áreas protegidas e dos territórios indígenas, de conservação e uso sustentável localizados nesse ecossistema.

O mapa Amazônia 2009 é o primeiro produto da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), que envolve instituições de pesquisa, governamentais e da sociedade civil do Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Colômbia e Guiana Francesa.

A Raisg é um espaço de intercâmbio e articulação de informação socioambiental georreferenciada que tem como objetivo estimular e facilitar a cooperação entre instituições que já trabalham com sistemas de informações socioambientais georreferenciadas na Amazônia com uma metodologia baseada na coordenação de esforços conjuntos, na produção e divulgação de informação resultante de processos cumulativos de trabalho. O lançamento simultâneo nos países integrantes da rede será no dia 3 de abril.

O mapa é o primeiro a localizar as áreas protegidas e os territórios indígenas dos nove países amazônicos. O estudo revela que alguns países da região têm mantido a sua porção amazônica razoavelmente protegida, o que, em alguns casos, significa uma proporção grande do território nacional. Na Colômbia, por exemplo, toda a Amazônia (que representa 43,3% do país) é considerada "reserva florestal" - embora apenas 13% estejam efetivamente em áreas protegidas. São 240 mil quilômetros quadrados em terras indígenas.

Como existem diferentes formas de definir os limites da Amazônia, a Raisg optou pela somatória dos limites políticos das regiões amazônicas de cada país, o que resultou numa área de 7,8 milhões de km2. Na Bolívia, Peru e Venezuela esses números coincidem com o limite biogeográfico. Além dos limites políticos, que serviram de base para os cômputos expressos nas tabelas do verso da publicação, o mapa apresenta também os limites de bacias hidrográficas e biogeográficos.

As Unidades de Conservação e os Territórios Indígenas na Amazônia representam hoje uma superfície equivalente a 3.204.248 km2, correspondendo a 41,2% da superfície da região, desconsiderando as sobreposições existentes entre as diversas categorias.

Os territórios indígenas reconhecidos oficialmente ou em processo de reconhecimento pelos países representam uma superfície de 1.970.699 km2 que correspondem a 25,3% da Amazônia delimitada neste mapa. Parte desses territórios (17,5%) está superposto por Unidades de Conservação. Não constam desse mapa muitas comunidades indígenas amazônicas sobre as quais há informações de localização, mas não dos espaços que ocupam para viver. O mapa não apresenta também as demandas indígenas por reconhecimento territorial (exceto, parcialmente, para o Peru), nem as demandas por revisão e ampliação de limites de áreas já oficializadas.

As Unidades de Conservação ocupam hoje uma superfície de 1.630.485 km2 (excluindo sobreposições entre diferentes categorias), correspondendo a 20,9% da Amazônia. Desse total, 345.263 km2 estão superpostos a Territórios Indígenas. Os últimos esforços de criação de unidades consideraram o estabelecimento de conectividades nacionais e internacionais, formando mosaicos e corredores ecológico-climáticos.

Na hora do lançamento, uma versão digital do mapa com as notas técnicas estará disponível no site da Raisg: http://www.raisg.socioambiental.org/

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