SÃO PAULO - A moratória da soja plantada na Amazônia, uma negociação feita entre governo federal, organizações ambientalistas, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), não foi integralmente cumprida. Tenho informação de que algumas empresas compraram a soja, apesar do acordo. Como houve a negociação, agora temos de fazê-la valer de fato, disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Mesmo assim, o ministro e entidades ligadas ao setor comemoram o resultado obtido dez meses depois do anúncio da iniciativa pioneira. Os números e resultados desses meses de acordo serão divulgados hoje. Pelo documento assinado, nenhuma empresa pertencente à Abiove e à Anec compraria soja plantada em terras desmatadas da Amazônia depois de julho de 2006. Mas parece que o problema (a compra do produto sob moratória) não chega nem a 10% da área vigiada, completou o ministro.
Entre as negociadoras estão as maiores traders do mercado, como Cargill, Bunge, ADM, e o grupo brasileiro Amaggi. A organização não governamental Greenpeace, ao contrário de Minc, informou preliminarmente que a moratória deu resultado. A decisão de declarar uma moratória para impedir a compra de soja produzida em áreas desmatadas da Amazônia depois de julho de 2006 ocorreu por força da pressão de ambientalistas e também de importadores europeus de óleo vegetal.
Desde a assinatura do acordo, tanto o Ministério do Meio Ambiente como o Greenpeace vêm fazendo um acompanhamento por satélite do plantio de soja na região. Para isso, eles utilizaram o Globalsat Sensoreamento Remoto e trabalharam com base em dados obtidos por três institutos - o do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o IBGE e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Greenpeace fez também uma medição paralela da área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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