Representantes de povos indígenas que participavam do Fórum Social Mundial encerraram as discussões, ontem pela manhã, na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), ressaltando a importância da demarcação das terras indígenas para a preservação da Floresta Amazônica. 'Onde tem terra demarcada tem preservação da vida. Os índios não desmatam, eles vivem da floresta. Com outras atividades isso não acontece. Em Roraima, muitos rios já foram destruídos por garimpeiros', afirmou Gregório Macuxi, da tribo Macuxi, de Roraima.
Além de índios brasileiros, também participaram dos debates etnias da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Entre os brasileiros, Francisco Mundurucu, da tribo Mundurucu, na Região do Alto Tapajós, defendeu o direito dos índios sobre as terras que habitam. Segundo ele, esse direito vem sendo constantemente ameaçado por posseiros, grileiros, madeireiros e latifundiários. 'Estamos aqui para lutar por nossas terras, para que nosso filhos e netos tenham direito sobre ela no futuro', afirmou. 'Nossos filhos e netos vão crescer e precisam ter seus direitos garantidos. É preciso demarcar as terras indígenas', completou.
O vice-presidente da Organização do Povos Indígenas da Colômbia, Vicente Ortero, defendeu a idéia de que os índios da Pan-Amazônia precisam se unir para defender o direito à terra. Essa é uma das propostas da organização o Fórum Social dos Povos Indígenas, que acontecerá no ano que vem. 'Esses laços começaram a ser feitos aqui, no Fórum Social Mundial, e devem ser fortalecidos até lá, quando os índios precisam estar unidos para defender seus direitos', acredita.
Segundo Célio Aragu, presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Pará, o balanço foi positivo também para as etnias que habitam o Estado. 'Conversamos com muitas autoridades, mostramos nossas necessidades e apresentamos nossas sugestões para melhorar a situação dos índios', disse.
Ministério vai atender tribos de Oriximiná
O representante do Ministério da Saúde no Estado do Pará prometeu aos índios das doze aldeias do município de Oriximiná presentes no Fórum Social Mundial que encaminhará as reivindicações dos indígenas. Um grupo liderado pelo cacique Eliseu Waiwai conversou com o chefe da Divisão de Convênios do Ministério da Saúde no Pará, Alexandre Barata Pinheiro, na tenda da Defensoria Pública do Pará. Ele orientou os índios a formalizarem as reivindicações. Isso será feito hoje, segundo o defensor público de Oriximiná, Mário Printes, que está intermediando a situação.
Alexandre disse que o respaldo da Defensoria deve facilitar o encaminhamento. De acordo com o representante do MS, os medicamentos e microscópio usado para a confirmação de caso de malária serão mais fáceis de fornecer. Ele prevê que essas solicitações poderão ser atendidas em 15 dias. Já o pedido de uma embarcação para fazer o transporte entre as aldeias poderá ser mais demorado se não houver o bem disponível na reserva técnica do MS.
Os índios reclamam que apenas um barco com capacidade para transportar 42 pessoas está transportando até 200. O serviço é essencial para que os índios tenham acesso aos serviços de saúde, educação e comercialização dos produtos, todos concentrados na aldeia central de Mapuera ou na área urbana de Oriximiná. Na área da Saúde, faltam remédios e soro antiofídico, além de equipamento para a confirmação dos casos de malária
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