O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 7,2 bilhões para a construção da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, que terá capacidade instalada de 3,3 mil megawatts. O valor é o maior já aprovado pelo banco de fomento para um único projeto.
Os recursos serão destinados ao consórcio Energia Sustentável do Brasil, sociedade de propósito específico formada por Suez, Eletrosul, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Camargo Corrêa. O volume de recursos representa 68,5% do investimento total na construção da usina.
O BNDES vai liberar diretamente R$ 3,635 bilhões, enquanto os outros R$ 3,585 bilhões serão distribuídos pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco BBI, Unibanco e Banco do Nordeste do Brasil, que atuarão como agentes financeiros e ficarão com parte do risco da operação.
O consórcio tem até 180 dias para assinar o contrato que permitirá a liberação. A carência é de 5 anos, com prazo de 25 anos para pagamento. Os juros anuais serão de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, atualmente em 6,25% ao ano), mais 0,5% (piso para projetos de energia com potência superior a 2 mil megawatts), somados ao spread de risco, que é sigiloso e único para cada projeto.
O diretor de infraestrutura do banco de fomento, Wagner Bittencourt, afirmou que a primeira usina do complexo do Madeira, a hidrelétrica de Santo Antônio, está em processo de contratação do valor aprovado pelo banco, de R$ 6,6 bilhões, que representa 65% do custo previsto para a obra.
"A participação do BNDES em Santo Antônio foi menor porque o consórcio vencedor da licitação conseguiu recursos de outras fontes, como o Banco da Amazônia S.A. (Basa)", afirmou Bittencourt.
O diretor afirmou ainda que a instituição não percebeu até o momento redução no apetite por investimentos em obras de infraestrutura. De acordo com ele, a área desembolsou no ano passado R$ 19 bilhões para projetos no país e a expectativa para este ano é de um desembolso de R$ 30 bilhões.
"Não estamos sentindo nenhum freio nos investimentos. O que é significativo, porque a infraestrutura ajuda a sustentar o crescimento do país", ressaltou Bittencourt. Ele frisou que os R$ 25 bilhões previstos no plano de investimentos da Petrobras vindos do BNDES em 2009 não estão incluídos neste montante, o que poderia, na prática, elevar o valor aplicado pelo banco na estatal este ano. Segundo ele, dentro da projeção de R$ 30 bilhões a Petrobras aparece com alguns gasodutos e navios do Programa de Modernização da Frota (Promef), da Transpetro.
O diretor afirmou ainda que os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão em trâmite no banco estão "99,9% em dia". Entre os grandes projetos de energia que devem pedir apoio do BNDES nos próximos anos, Bittencourt explicou que Angra 3 ainda não fez o pedido oficial de financiamento, enquanto a expectativa sobre a hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu e deverá ser licitada este ano, é que o pedido de apoio tramite no banco no ano que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário