quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Envolverde - Desmatamento ameaça vida do urso-de-óculos na Amazônia


Por Redação da Agência Amazônia

Animal raro vive no lado peruano da Amazônia e se tornou alvo fácil de predadores. Região sente os efeitos das derrubadas.

SANTARÉM, PA — O urso-de-óculos (Tremarctos ornatus), único da América do Sul, corre o risco de extinção na Amazônia, por causa do desmatamento. De acordo com cientistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em relatório divulgado no Quênia, 26 espécies de animais e plantas desapareceram até 2006, dez das quais, na Amazônia Brasileira.

Outras 644 espécies teriam entrado na lista de animais e plantas ameaçadas de extinção pelo avanço das derrubadas, entre elas o urso que vive na porção andina da floresta, em território peruano, a cerca de 600 quilômetros de Rio Branco (AC). O desmatamento no Peru é tão grave quanto o que ocorre no lado brasileiro.

O urso de óculos é a segunda espécie de ursídeos mais vulnerável do mundo. Ele só perde em vulnerabilidade para o panda gigante da China, por isso é considerado o panda da Amazônia. Agora, ele pode ter se tornado tão raro quanto os famosos parentes orientais. Além de ameaçado pelas ações humanas, o urso-de-óculos guarda outras semelhanças com o primo chinês.

Segundo especialistas, ele também se alimenta de brotos de bambu e bromélias. A sua pelagem tem um padrão de cores inversa a do panda. Ele tem grandes manchas brancas sobre os seus olhos, que contrastam com o negro de seu corpo.

Esses animais são encontrados livres na natureza em raras regiões da Amazônia, entre as quais, o Parque Nacional do Manu, a Reserva Nacional Tambopata e o Parque Nacional Bahuaja-Sonene, na Amazônia Peruana. Um dos problemas da espécie é que além de viver em uma região de risco, esses animais são muito dóceis ao contato com os homens. Fato que facilita a ação de caçadores em frentes de derrubadas.

No Brasil, o zoológico de São Carlos (SP) conseguiu fazer a reprodução do urso-de-óculos em cativeiro. Caso a destruição da Amazônia não seja controlada, essa pode ser a única esperança de sobrevivência da espécie.

(Envolverde/Agência Amazônia)

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