O município de Paragominas reduziu em 43% o desmatamento no último ano. O dado positivo é resultado das ações ambientais e mobilização da sociedade local dentro do projeto Município Verde, lançado em 2008, de prevenção e combate ao desmatamento. Já Ulianópolis, cidade vizinha com características econômicas semelhantes, baseadas na pecuária, agricultura e produção madeireira, não teve o mesmo desempenho. Ao contrário, houve perda da cobertura florestal no período monitorado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão vinculado à Casa Civil da Presidência da República e gerenciado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Os dados foram divulgados pelo ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, em reunião com os prefeitos dos 36 municípios da lista de campeões de desmatamento. No encontro, os gestores receberam individualmente as informações sobre a realidade florestal dos municípios, para que possam regularizar as pendências ambientais e fundiárias, permitindo que saiam dessa lista. A expectativa é que seja editada uma nova relação em março, com a saída dos municípios que conseguiram significativas reduções de áreas degradadas e inclusão de outros que apresentarem altos índices de desmatamento, inclusive de outros estados, como o Maranhão.
O prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, se comprometeu em manter as ações do projeto Município Verde para alcançar o desmatamento zero quando houver nova reunião com o governo federal. Para ele, as cidades só conseguirão reduzir o desmatamento com apoio dos governos. "Nossos produtores têm imensas dificuldades de obtenção da licença ambiental para implantarem projetos de reflorestamento. A estrutura atual do governo do Estado não atende as demandas de um Estado continental como o Pará. É preciso compartilhar a gestão com as prefeituras", sugeriu.
Município Verde – No ano passado, a Prefeitura de Paragominas fechou parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), para realizar o monitoramento mensal via satélite mensal. Isto permitiu que os focos de desmatamento fossem descobertos rapidamente e que as medidas necessárias fossem tomadas de forma ágil, como explica Demachki. "Assim que o satélite identificava alguma prática suspeita, enviávamos um técnico ao local, para comprovar a veracidade das informações. Caso a atividade ilegal fosse constatada, divulgávamos para autoridades de fiscalização, para que tomassem as medidas cabíveis", acrescentou.
Para o pesquisador sênior do Imazon, Paulo Amaral, a retração no desmatamento pode ser ainda maior do que o dado divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). "Os dados do Sipam incluem desmatamentos antigos, com mais de dez anos. Se considerarmos apenas as aberturas recentes, podemos afirmar que o desmatamento em Paragominas reduziu mais de 60%", calcula. Além de redução do desmatamento, a Prefeitura anunciou metas de plantar 50 milhões de árvores de espécies nativas da Amazônia nos próximos quatro anos e chegar a 100 milhões de árvores plantadas, pois 50 milhões de árvores já foram plantadas.
"Com o plantio dessas árvores, contribuiremos com 10% do programa do governo do Estado de plantar 1 Bilhão de Árvores na Amazônia. Será inevitável o surgimento de empresas que aproveitarão o maciço florestal que está sendo formado nos municípios de nossa região, bastando, para isso, que os entraves e obstáculos de licenciamento ambiental para projetos de reflorestamento sejam devidamente enfrentados e superados pelo governo do Estado", enfatizou Demachki.
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