segunda-feira, 6 de julho de 2009

Envolverde - Desmatamento em maio na Amazônia foi de 294 km², diz Imazon



O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon registrou 157 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, no último mês de maio. O resultado representa uma diminuição de 47% em relação a maio de 2008 quando o desmatamento somou 294 quilômetros quadrados.

O sistema também indicou que, de agosto de 2008 a maio de 2009, foram desmatados 1.084 quilômetros quadrados de floresta na região. Em relação ao desmatamento ocorrido no mesmo período do ano anterior (4.143 quilômetros quadrados), o número mostra uma redução de 74%.

O Estado campeão do desmatamento observado para maio foi o Pará, com 37%, seguido de Mato Grosso, com 27%, Roraima, com 20%, e Rondônia (8%), Amazonas (5%), Tocantins (2%) e Acre (1%), que contribuíram em menor proporção com a devastação verificada.

O SAD também verificou 215 quilômetros quadrados de florestas degradadas em maio de 2009. Desse total, 81% ocorreram no Mato Grosso, 13% no Pará, 4% em Rondônia e 2% no Amazonas.

Segundo o pesquisador e autor da pesquisa, Adalberto Veríssimo, a queda de 47% do desmatamento, em maio, segue uma tendência que vem sendo observada, desde julho passado, para cada mês monitorado em relação ao período anterior.

Ele atribui esse cenário otimista às medidas que vêm sendo tomadas contra o desmatamento, como restrição de crédito às atividades danosas à floresta, embargo de propriedades com devastação acima do permitido, e ações implementadas nos municípios com níveis críticos de destruição da mata.

"A crise econômica que o mundo vem sofrendo desde setembro passado, e o atual período de chuvas intensas na região também contribuíram para a redução do desmatamento", acrescentou.

Quanto aos dados do desmatamento acumulado, Veríssimo diz que, para todos os meses em que houve monitoramento, tem se repetido a redução da devastação acumulada na quantidade de, em média, 70%. Para o pesquisador, a tendência observada desde setembro passado mostra uma redução significativa e crescente da devastação da floresta.

"Os números ainda são insuficientes, para nós que defendemos o desmatamento zero. Mas, o cenário mostra que a devastação tende a cair cada vez mais", concluiu.

Nuvens atrapalharam


Devido à cobertura de nuvens, o SAD não conseguiu monitorar 43% da Amazônia Legal. A região não mapeada corresponde a quase totalidade do Amapá, 68% do Pará, 48% do Amazonas, 41% do Acre, 38% de Roraima e 35% de Rondônia. A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal também não foi analisada.

Veríssimo diz que, embora o Pará tenha se mostrado líder da devastação, sem que 68% de seu território fossem mapeados, houve queda do desmatamento do Estado. Essa redução, porém, foi menor que a observada para Mato Grosso e Rondônia, o que, segundo o pesquisador, teria mantido o Estado no topo da lista do desmatamento.

Segundo o pesquisador, embora maio, que é período de transição entre a estação chuvosa e a estação seca na Amazônia, tenha apresentado maior quantidade de nuvens com relação ao mês anterior, esse fator não explica a queda da devastação monitorada.

Ele disse que, em junho ou julho, haverá maior abertura para o satélite e provavelmente poderão ser monitorados os desmatamentos anteriores que, em maio, a existência de nuvens dificultou. "Ainda assim, houve redução do desmatamento no mês", destacou.

Apenas 5% do território de Tocantins e Mato Grosso não puderam ser monitorados por estarem cobertos por nuvens. Roraima permanece a maior parte do ano com o céu nebuloso, dificultando a análise do desmatamento na área.

A redução da cobertura de nuvens no estado, observada no último mês de maio, possibilitou o monitoramento de 62% do território. Por esse motivo, parte do desmatamento detectado no estado, durante esse período, pode ter ocorrido em meses anteriores.

(Envolverde/Amazônia.org.br)

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