segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Roubo de 30 mihões de euros leva bolsas da UE a parar de negociar crédito de carbono

Autoridades disseram na sexta-feira que ladrões cibernéticos roubaram até € 30 milhões em concessões de carbono do sistema de negociação de emissões da União Europeia, depois que bolsas de todas as partes da Europa suspenderam os negócios na quinta-feira. Bolsas como a ICE Futures Europe, Nasdaq OMX Commodities Europe e LCH.Clearnet de Londres pararam de negociar os contratos de emissões, que são muito importantes na luta do bloco contra o aquecimento global.



Não há como negar que este é um negócio muito grande, disse em Bruxelas Henry Derwent, presidente da International Emissions Trading Association.

As bolsas estavam reagindo a uma ordem da Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, que na quarta-feira ordenou a suspensão dos negócios no mercado à vista (spot) das concessões de carbono por pelo menos uma semana, por causa de falhas na segurança. Investigadores estavam apurando roubos ocorridos depois que hackers conseguiram acesso aos sistemas de computadores e transferiram créditos para outras contas.

A maior bolsa desse mercado, a BlueNext, começou a restringir os negócios na manhã de quarta-feira, suspendendo-os antes do anúncio da Comissão. Os negócios no mercado spot foram interrompidos quinta-feira, mas as companhias ainda negociavam contratos futuros, que respondem pela maior parte do volume do sistema de negociação de emissões (ETS na sigla em inglês). Participantes desse mercado nascente disseram que as brechas na segurança despertaram temores de que eles possam receber concessões roubadas, que posteriormente poderão perder. Keiron Allen, diretor de marketing da BlueNext, disse que o mercado foi abalado pelo escândalo.

A Comissão Europeia calculou o tamanho do roubo em até € 30 milhões, o que constitui a primeira tentativa de quantificar as perdas resultantes de uma série de ataques recentes. Lançado em 2005, o ETS é o maior programa de negociação de carbono do mundo, com um giro que chegou a mais de € 90 bilhões no ano passado. O esquema cobre mais de 10.000 instalações industriais espalhadas pelos 27 países membros da União Europeia, mais a Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Os roubos revelam a disparidade dos padrões de segurança entre os registros nacionais onde as concessões são mantidas. Os investigadores ainda estão examinando os últimos ataques. Maria Kokkonen, porta-voz da Comissão Europeia, disse que as autoridades acreditam que eles foram coordenados, mas ainda desconhecem sua origem.

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