quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Usina de Belo Monte e seus impactos ambientais são debatidos

Resultados dos estudos feitos por pesquisador na Bacia do Xingu são apresentados e discutidos

Aline Cardoso

O XIX Encontro Brasileiro de Ictiologia, em seu quarto dia de ciclos de palestras e mesas-redondas, apresentou a continuação do simpósio “Ictiofauna na Ecorregião Tapajós-Xingu” com trabalhos de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

O pesquisador Geraldo Mendes dos Santos, da Coordenação de Pesquisa em Biologia Aquática (CPBA) do Inpa, apresentou os “Impactos do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte sobre o Ambiente Aquático”.

“O cientista, acima de tudo, deve desempenhar um papel relevante, perante a sociedade, como propagador do conhecimento que ele adquire em suas pesquisas”, afirma Santos.

Problemática do desenvolvimento

Em sua pesquisa sobre Belo Monte, Santos falou sobre o potencial energético que a usina proporcionaria ao país e da importância econômica que isso representa.  De acordo com o pesquisador, até o ano de 2020 cerca de um quinto (1/5) da energia brasileira advirá da Amazônia.  “Isso é o equivalente a quinze novas usinas hidrelétricas”, afirma.

Outro ponto ressaltado durante o simpósio pelo pesquisador, é que a Amazônia é uma rica fonte de hidroeletricidade e “não há fonte alternativa que vença essa opção”, diz Santos.

Em contrapartida a esses dados, o pesquisador falou de aspectos técnicos sobre a instalação da usina e dos impactos ambientais que isso causará.  “A Ética Ambiental deve ser discutida e levada em consideração; a sustentabilidade, termo tão usado hoje, sem ética não tem embasamento suficiente.  É preciso debater qual o preço a pagar pelo desenvolvimento”, diz Santos.

Diante das informações expostas, a apresentação do pesquisador abriu um diálogo sobre a construção da UHE (Usina Hidrelétrica) Belo Monte, no estado do Pará, e dos desafios de conciliar interesses, como o desenvolvimento energético de que o país precisa em contraponto à preservação da ictiofauna presente na localidade.

“É preciso fazer existir a conscientização pública sobre esse assunto e certa pressão política.  O progresso desenfreado não pode por em risco a conservação da biodiversidade, visto que a Bacia do Xingu é um patrimônio desta”, diz ele.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Construção da Hidrelátrica tem dois lados da moeda , cara e coroa, Quem é pior ou melhor; o desenvolvimento ou a destruição7
Por que um está ao lado do outro