quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ibama aplica R$ 155 milhões em multas por uso de áreas degradadas

Operação Harpia multou fazendas que utilizaram áreas embargadas

Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) vistoriaram durante a operação Harpia, entre 17 e 31 de janeiro deste ano, mais de 72 mil hectares de áreas ilegalmente desmatadas e embargadas no sul e sudeste do Pará, em extensões equivalentes a mais de duas vezes o tamanho da cidade de Fortaleza, no Ceará. Segundo os fiscais da Gerência Executiva do órgão em Marabá, poucas propriedades respeitaram a sanção, não permitindo a recuperação do meio ambiente degradado. Na ação, nove fazendas acabaram multadas em cerca de R$ 155 milhões, por descumprir o embargo e impedir a regeneração da floresta nos municípios de São Félix do Xingu, Santana do Araguaia, Cumaru do Norte, Santa Maria das Barreiras e Bannach.


"Se a proibição de uso tivesse sido cumprida, já haveria uma mata crescendo nestas áreas. Ao invés disso, encontramos pastagens, com rebanhos associados. A continuação da atividade pecuária impediu a regeneração natural da floresta", explicou o coordenador da operação, Diego Guimarães, da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá.

Todos os fazendeiros autuados foram notificados para retirar o gado das áreas embargadas no prazo de 30 dias. "O Ibama está preparando o terreno para futuras ações de fiscalização nos moldes da operação Boi Pirata I e II. Quem insistir em criar gado em terras desmatadas e embargadas vai ter os animais apreendidos", afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização do Instituto no Pará, Paulo Maués.

Ao vistoriar a Fazenda Rio Tigre, em Santana do Araguaia, fiscais da operação Harpia flagraram mais um plano de manejo florestal fraudado em atividade no Pará. A propriedade, embargada pelo Ibama desde 2006, obteve aprovação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), ano passado, para explorar milhares de metros cúbicos de madeira nativa amazônica, sem possuir sequer uma floresta com potencial madeireiro em seus limites. O dono da fazenda beneficiada pela ilegalidade foi multado em R$ 80 milhões pela venda fictícia da madeira e por inserir informações falsas no sistema de controle ambiental. Mesmo sem madeira para manejar, a Rio Tigre movimentou cerca de 6,5 mil metros cúbicos de toras, aproximadamente 250 caminhões cheios, em créditos fictícios no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais Sisflora, que controla a compra e venda de madeira no Pará.

De acordo com o Ibama em Marabá, o plano de manejo fraudulento serviu para colocar no mercado, como se fosse legal, milhares de metros cúbicos de madeira de desmatamento a partir do sul e sudeste do Estado.

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