quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Estudo da CPRM identifica potencial de rochas ornamentais da Amazônia

Prospecção geológica realizada em vários pontos da Amazônia entre 2009 e 2010 identificou que municípios do Sul do Amazonas e entorno de Presidente Figueiredo possuem ocorrências rochosas para produção

Elaíze Farias

Embora possua uma rica fonte de materiais rochosos, a Amazônia não tem produção significativa de rocha ornamental.

Segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), a produção na região não atinge mais de 1% da produção brasileira.

Quem importa materiais para revestimento estético chega a pagar cinco vezes o valor original ao importar de outras regiões brasileiras.

Rochas ornamentais são, em geral, utilizadas para fins estéticos em piso, fachadas e decoração de ambiente e arquitetura. No mercado, ganham nomes variados, como granizo e mármore.

Para potencializar a produção deste material, a CPRM elaborou o primeiro Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia, que será lançado em evento que acontece a partir desta terça-feira (15), em Vitória (ES).

O gerente de geologia e recursos minerais da superintendência regional da CPRM, em Manaus, Marcelo Esteves Almeida, que participou dos estudos (realizados em 2009 e 2010) reunidos no atlas, conta que foram pesquisadas 80 amostras dos Estados do Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Tocantins.

Destes, somente os Estados de Rondônia e Roraima possuem uma produção, embora incipiente, de rochas ornamentais.

O Amazonas, apesar de registrar uma expressiva geodiversidade, não é produtor.

De acordo com o levantamento feito no Estado, as áreas que apresentam maior ocorrência de rochas ornamentais são os municípios de Humaitá, Apuí e Presidente Figueiredo.

“O Amazonas não tem produção de rocha ornamental. Existe pouca pesquisa, infra-estrutura e logística. O que fizemos no estudo foi selecionar alvos com potencial, identificamos a qualidade da rocha e se ela teria aceitação no mercado”, explicou Almeida.

Conforme o geológico, também foram realizados ensaios tecnológicos para identificar a estética da rocha e a viabilidade do uso.

Almeida destaca que as rochas amazônicas têm um potencial específico porque também possuem qualidades valorizadas pelo mercado: tipos exóticos e cores variadas.

Estas características, ao serem cortadas para polimento, ganha aspectos variados, que são realçados no processo de produção.

Segundo o geólogo, a idade das rochas encontradas na Amazônia tem, em média, 1 bilhão de anos.

Empreendimento

O superintendente da CPRM, Marco Antônio Oliveira, conta que o objetivo do atlas é incentivar o empreendedor a implantar a produção de mina e serrarias de rochas na Amazônia.

Mas, para viabilizar o empreendimento, é preciso apresentar proposta de pesquisa no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPN).

Oliveira esclareceu que o lançamento do estudo ocorre em Vitória (ES), porque este é o Estado que concentra a maior produção de rochas ornamentais do país, junto com Bahia e Minas Gerais.

“A região tem uma geodiversidade grande. As dificuldades são de infra-estrutura”, observou.

O pré-lançamento do Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia acontece durante a 31ª Feira Internacional do Mármore e Granito, em Vitória (ES), que ocorre no até o próximo dia 18.

Uma versão impressa estará disponível na sede da CPRM, segundo Oliveira.

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