quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Governo recebe abaixo-assinado contra Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Gilberto Costa

O governo recebeu um abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas de brasileiros e estrangeiros contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingú, Pará. Cerca de 100 pessoas entre índios, comunidades ribeirinhas, pequenos agricultores, ambientalistas e simpatizantes fizeram ontem (8) uma manifestação em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, e levaram a carta ao Palácio do Planalto, onde despacha a presidenta Dilma Rousseff.

Os manifestantes foram recebidos, numa reunião que durou cerca de duas horas, pelo secretário adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Rogério Sottili. Ele se comprometeu a encaminhar o documento, encabeçado com a assinatura de caciques das comunidades indígenas do Alto Xingu, à presidenta. Sottili também disse que a demanda será analisada “com carinho” e ressaltou que o governo prestigia a participação da sociedade civil em questões como essa. “Se eles estão reclamando é porque entendem que não foram ouvidos o suficiente”.

Antes de levar o documento ao Planalto, a vice-presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Sônia Guajajara, disse que a construção da usina viola os direitos da população afetada, como os habitantes de 30 terras indígenas legais e moradores de um terço do município de Altamira – o segundo maior do mundo em extensão, com cerca de 160 mil quilômetros quadrados.

De acordo com Sônia, a indisposição do governo em tratar com os atingidos pela usina poderá gerar “revolta”. Pode haver inclusive, segundo ela, a possibilidade de ocupação dos acampamentos da obra da usina. A líder admite, no entanto, que “é muito difícil o governo voltar atrás”, mas assegura que a pressão vai continuar.

O movimento contrário à usina também tenta mobilizar a opinião pública internacional. No ano passado, cem entidades civis que representam 40 comunidades de municípios paraenses apresentaram documento a relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciando violações de direitos humanos que seriam causadas com a construção da hidrelétrica.

Além da ONU, os ativistas mobilizaram o diretor de cinema James Cameron, que chegou a participar de ato contra a usina após ter ganho três prêmios Oscar pelo filme Avatar. A articulação com o cineasta foi feita pela ONG Amazon Watch, que tem sede na Califórnia (Estados Unidos).

Segundo o coordenador de programa para o Brasil da Amazon Watch, Christian Poirer, a construção da usina “não é muito popular” e alternativas deveriam ser discutidas como a economia de energia, a repotencialização das turbinas de hidrelétricas instaladas, a melhoria das linhas de transmissão, além do uso de energia eólica e energia solar. “O governo não está investindo nisso”, lamentou.

Para o deputado Ivan Valente (P-SOL–SP), que participou da manifestação em frente ao Congresso, a usina “é um atentado social, ambiental e cultural”.

A petição contra a obra pode ser assinada na página www.xinguvivo.org.br/.

5 comentários:

Tatiana disse...

Gente hoje vai passar no Globo repórter. Vai matar milhões de animais. Será algo horrível. A construção da usina precisa ser impedida.

Anônimo disse...

É um absurdo!!!Temos que fazer alguma coisa.Nós brasileiros devemos impedir essa destruição ecológica que o governo vai realizar.Cadê a imprensa gente???

Ana Lucia disse...

O governo vai inundar tudo. Matando milhares de espécies de animais e plantas.Sem falar nos índios... como sempres serão empurrados pra qualquer lugar.
Vamos deixar isso acontecer????

Anônimo disse...

Não tem fundamento o que estão fazendo, onde vamos parar com tanto absurdo, que possamos entregar todos os responsaveis nas mãos de DEUS. Pela maldade que estão fazendo.
Daniela Borges

Anônimo disse...

Não podemos aceitar a construção dessa usina, chega! como mostrou no Globo Reporter, onde vamos parar!!!!
Com tanta destruição da natureza, e os bichos, e os Indios coitados que merecem todo nosso respeito.