sexta-feira, 7 de março de 2008

O Globo - Preservação estreita na Amazônia

Corredores de proteção na floresta deveriam aumentar, sugere estudo
Os corredores de proteção ambiental localizados ao lado dos rios e igarapés na Floresta Amazônica são estreitos demais.

É o que garante um estudo feito por pesquisadores da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, liderados pelo brasileiro Carlos Peres.
Segundo eles, a extensão atual, prevista pelo Código Florestal Brasileiro, que é de no mínimo 60 metros é insuficiente para proteger a biodiversidade local.

A divulgação do estudo, publicado na revista “Conservation Biology”, acontece num momento em que os índices de desmatamento na região voltam a subir após três anos em queda.Pelo Código, os rios com menos de 10 metros de largura precisam ter uma mata de galeria mantida como área de preservação permanente com, no mínimo, 30 metros de largura de cada um dos seus lados. Mas após analisar a importância desses corredores na população de pássaros e mamíferos dessas regiões, os pesquisadores concluíram que essa área deve ser aumentada para, pelo menos, 400 metros de extensão.

— Há propostas em discussão no Congresso para diminuir esses requerimentos mínimos, quando, na verdade, eles precisam ser aumentados — explica Peres, natural de Belém e há 13 anos na Inglaterra.

— Trata-se de uma questão crucial na defesa da enorme biodiversidade do local. Esperamos que esse trabalho sirva como referência para que as autoridades tomem uma atitude em sua defesa antes que seja tarde demais.

A estimativa das dimensões ideais foi obtida depois que os pesquisadores da Universidade de East Anglia analisaram a biodiversidade de 37 áreas próximas ao município de Alta Floresta, no Mato Grosso, espalhadas por um terreno de 6.000 km2, no Arco do Desmatamento.
O trabalho foi feito durante seis meses, entre maio e outubro de 2005.

Áreas importantes para a renovação da fauna Esses corredores são considerados uma das opções para um problema chamado de fragmentação de habitat — o processo de isolamento de comunidades de animais e plantas em regiões cada vez mais devastadas e afetadas por atividades como a pecuária.

O estudo revelou a presença cada vez maior de rebanhos bovinos no norte do Mato Grosso. Queimadas também foram observadas durante a pesquisa.

Os corredores facilitariam a renovação de populações que, de outra forma, poderiam ser levadas à extinção. Segundo os cientistas, quanto mais amplos e bem preservados os corredores, mais espécies os utilizarão.

O estudo sugere também que esses corredores sejam cercados, para ficarem livres de impactos causados pela pastagem de rebanhos ao seu redor.

Um comentário:

Érica Sena disse...

Oie...
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Abraço,

ÉRICA SENA/ Pensareco