quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Desmatamento na Amazônia cai 13,6%

Índice registrado é o melhor desde 1988; resultado era previsto para 2015

Gustavo Miranda
Chico de Gois e Catarina Alencastro

BRASÍLIA e CANCÚN. O governo anunciou ontem que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 13,6% no período 2009/2010, comparado com 2008/2009. Foi a maior redução desde 1988, quando o monitoramento começou a ser feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os estados que mais desmataram foram Pará e Mato Grosso. No total, o corte da floresta atingiu 6.451 quilômetros quadrados. O resultado é uma estimativa feita a partir da análise de 93 fotos de satélite e tem margem de erro de 10%.

Os números deixaram o governo eufórico. Para a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o resultado faz com que o Brasil antecipe as metas previstas para 2015.

Estamos antecipando em cinco anos o resultado que era previsto para 2015. É o menor desmatamento de toda a história da Amazônia.

Lula disse que os números demonstram que o Brasil está no caminho certo. Ele também criticou os países desenvolvidos que apresentam metas pequenas de despoluição e disse que a COP-16, no México, não irá apresentar resultados concretos. Ele desmarcou sua participação no evento.

A COP-16 não vai dar em nada. Não vai nenhuma grande liderança. Os compromissos que nós assumimos no Brasil nós estamos cumprindo e não precisamos do favor de ninguém para cumpri-los.

Em Cancún, a secretária-executiva da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Christiana Figueres, criticou a declaração de Lula.

A COP-16 não foi construída para ser um encontro de chefes de Estado. Os mexicanos nunca tiveram a intenção de que este fosse um encontro de chefes de Estado. É claro que qualquer chefe de Estado que quiser vir será muito bem-vindo e, pelo que eu saiba, aproximadamente 30 deles manifestaram interesse em vir. Mas sempre esteve muito claro que este não é um encontro de chefes de Estado. Este cenário não mudou. E todos aqui estão comprometidos em encontrar um resultado ? afirmou Christiana.

Na solenidade em Brasília, Lula também criticou os governos anteriores e disse que sua gestão se sobressai porque os outros eram incompetentes.

O que estamos conseguindo no Brasil talvez nem seja mérito nosso, mas incompetência de quem veio antes.

O presidente assinou um decreto que cria o macrozoneamento ecológico-econômico da Amazônia Legal, que tem como meta promover o desenvolvimento sustentável da região. O macrozoneamento reconhece, por exemplo, a importância de aumentar o número de hidrelétricas no país ? 70% do potencial energético brasileiro está na região.

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