quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nanicos, países insulares vão "dar exemplo'

DOS ENVIADOS A CANCÚN

Por toda parte em Cancún, ouvem-se apelos para as gerações futuras. Há um grupo, porém, em cujos discursos essas alusões soam menos protocolares: os pequenos países-ilhas.

Marcus Stephen, presidente de Nauru (14 mil pessoas, 21 km2), afirmou que nem sua língua tem termos tão exóticos quanto o idioma falado nas negociações. Citou "LULUCF" (uso da terra, mudança do uso da terra e florestas, em inglês).

Seu colega de Palau (20 mil pessoas, 459 km2), soou mais dramático: "Nossa própria existência depende dos oceanos, mas hoje estamos na linha de frente da mudança do clima. Os oceanos agora nos ameaçam".

As emissões de Nauru somam 20 mil toneladas de gás carbônico por ano. EUA e China emitem umas 400 mil vezes mais. Apesar disso, os países-ilhas querem dar o exemplo.

Para isso, o grupo de pequenos Estados lançou uma central de finanças e tecnologia, inaugurada com US$ 14,5 milhões da Dinamarca, para se dotar de sistemas de energia que emitam menos gases do efeito estufa.

O pacote de medidas preparado para Cancún

O PACOTE DE MEDIDAS PREPARADO EM CANCÚN

AÇÕES FUTURAS (VISÃO COMPARTILHADA) - Os países reconhecem que o aquecimento global é inequívoco - As nações devem cooperar para estabilizar as concentrações de CO2 na atmosfera "bem abaixo" das 350 partes por milhão

ADAPTAÇÃO

MITIGAÇÃO - O ano-base para as reduções de emissão pelos países ricos será 1990, e não 2005, como queriam os EUA - Não há consenso sobre a produção de um acordo legalmente vinculante que inclua os EUA e os países em desenvolvimento - Não há o reconhecimento formal do "buraco" de 5 bilhões de toneladas de CO2 nas ações hoje propostas
- Países desenvolvidos deverão financiar as ações de adaptação em países em desenvolvimento - Os países podem estabelecer um Comitê de Adaptação para implementar ações nesse sentido, ou podem simplesmente continuar pensando no assunto

Nenhum comentário: