Em seu primeiro ano de gestão, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, provocou algumas polêmicas e colecionou vários adversários políticos, dentro e fora do governo. Desde o princípio, elegeu o "agronegócio" e a "bancada ruralista" alvos preferenciais de sua retórica ambientalista. No caminho, desagradou ONGs ambientalistas e a ex-ministra e senadora Marina Silva (PT-AC).
Antes mesmo de ser nomeado, Minc atacou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, ao afirmar que, se deixassem, ele "plantaria soja até nos Andes". Em seguida, como faria outras vezes, recuou das acusações, buscou um armistício e tentou uma aproximação política. Dentro do governo, seu principal opositor é o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que passou a defender uma reforma radical no Código Florestal em conjunto com a bancada ruralista. Minc e Stephanes trombaram nos debates sobre o zoneamento da cana-de-açúcar. Os dois disputam para ver se o governo permitirá ou não cultivar a gramínea na bacia pantaneira do Rio Paraguai. Minc é contra. Ambos estão rompidos e mal se falam.
Pré-candidato ao governo do Amazonas, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, quer asfaltar a BR-319 (Manaus-Porto Velho). Sob pressão de ONGs, Minc luta contra a obra, prevista no PAC. Minc também provocou polêmicas com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que cobrou pressa para a licença de instalação da usina de Jirau, no rio Madeira (RO). O documento só saiu seis meses depois. Hoje aliado, o colega do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, sentiu o ativismo ambiental de Minc ao ver revelado que os assentamentos da reforma agrária eram os maiores vilões do desmatamento na Amazônia. Contrariada com a reivindicação de paternidade de alguns de seus legados por Minc, a ex-ministra Marina Silva deu um "puxão de orelhas" no ministro durante audiência no Senado.
Ele enfrentou, ainda, a ira de ambientalistas contrários a um acordo para permitir a recomposição florestal na Amazônia com o plantio de espécies exóticas.
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