segunda-feira, 11 de maio de 2009

Envolverde - Onda verde pela Amazônia toma conta do Senado


Por Redação do Greenpeace

Brasilia — Vigília de centenas de pessoas, entre parlamentares, ambientalistas, cientistas, artistas e indígenas discutiram por oito horas os caminhos da preservação da floresta.

Uma onda verde em defesa da Amazônia tomou conta do plenário do Senado, em Brasília, entre a noite desta quarta-feira (13/5) e a madrugada de quinta (14), numa vigília de mais de oito horas com a participação de centenas de pessoas, entre parlamentares, ambientalistas, cientistas, artistas e líderes indígenas. Os atores Christiane Torloni e Victor Fasano levaram ao plenário um abaixo-assinado com mais de 1,1 milhão de assinaturas contra a destruição da floresta e conseguiram o compromisso de todos os presentes pela preservação da Amazônia.

O Greenpeace esteve presente durante o ato e o diretor de campanhas Sérgio Leitão fez um dos discursos mais contundentes da noite, apontando os muitos projetos que tramitam no Congresso brasileiro que ameaçam a região amazônica.

"Esses projetos estão na contra-mão dos compromissos assumidos pela Constituição de 1988", afirmou Sérgio Leitão, durante sua exposição no painel sobre as ameaças que pairam sobre a Amazônia. "O que quer a bancada ruralista? Estabelecer um concurso de maldades no país para ver quem promove mais a destruição? O agronegócio tem que fazer um pacto de paz com o país e parar de destruir o meio ambiente."

Sérgio Leitão também cobrou os parlamentares por um compromisso mais firme em relação à preservação. "O compromisso que muitos estão fazendo aqui, nesta noite, é para valer ou só vale enquanto as câmeras de TV estiverem ligadas?"

A vigília pela Amazônia começou às 19h30 com uma mesa formada pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente); os presidentes da Câmara e Senado, respectivamente Michel Temer e José Sarney; o líder da bancada ambientalista Sarney Filho; os senadores Idelil Salvati e Renato Casagrande (que presidiram a sessão) e os atores Christiane Torloni e Victor Fasano. Antes das autoridades fazerem os seus discursos, a pajé Zeneida Lima, da ilha de Marajó (PA), cantou uma música de sua autoria, "Funeral da Natureza", levando o presidente da Câmara dos deputados, Michel Temer, a emendar: "o funeral da natureza pode ser o funeral da humanidade".

Ao longo da noite, foram muitos os discursos políticos e técnicos feitos no plenário do Senado, exaltando a importância política, econômica e ambiental da Amazônia para o Brasil e o mundo. Sarney afirmou que "quem tem a Amazônia não tem medo do futuro", enquanto que o ministro Minc alertou para "as ofensivas que tentam reduzir a proteção ambiental no Brasil".

"Temos proteção de menos, não a mais. Estou muito preocupado", afirmou o ministro.

Minc pediu uma salva de palmas para sua antecessora, a senadora Marina Silva, que aproveitou a presença de Temer e Sarney na solenidade para entregar a ambos os projetos prioritários para a preservação da Amazônia que tramitam na Câmara e Senado.

"Os projetos que ajudam a destruir a floresta são mais fáceis de serem aprovados do que os que defendem a Amazônia", disse ela, lembrando que a MP 458 sobre a regularização fundiária estava em votação naquele mesmo instante pelos deputados federais e foi aprovada sem o devido cuidado para evitar prejuízos na cessão de terras públicas na região amazônica.

Marina ainda provocou o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, que foi convidado para participar da vigília mas não compareceu.

"Um verdadeiro democrata não foge ao debate", disse ela, elogiando Carlos Minc por estar presente.

Além do Greenpeace, outras entidades da sociedade civil participaram ativamente da vigília, analisando em suas exposições os principais problemas e soluções para a floresta. Estiveram presentes o Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), Amigos da Terra, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Confederação Nacional das Associações dos Quilombolas, Conselho Nacional dos Seringueiros, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Embrapa, Imazon e Instituto Socioambiental, entre ourtos.


(Envolverde/Greenpeace)

Nenhum comentário: